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| Foto: BERNARDO HELIO/CAMARA FEDERAL/BERNARDO HELIO/CAMARA FEDERAL

Um dos vice-líderes do governo, o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS) minimizou as denúncias contra Michel Temer, disse que o presidente foi alvo de uma “conspiração” de servidores públicos revoltados com as mudanças na Previdência e chamou Joesley Batista de bandido e criminoso e que está riquíssimo e solto em Nova York. Ele afirmou também que não se pode cobrar que Temer denunciasse o empresário por ter revelado esquemas de corrupção. Disse que ele não é “Deus”.

Perondi entende que a divulgação do áudio da conversa do presidente com o dono da JBS desmontou a tese de que Temer atuou para comprar o silêncio de Eduardo Cunha.

“Agora (após divulgação do áudio) foi mudada a tese. Antes, era o aval (a pagamento a Cunha). A fita desmentiu. Agora, diz que tinha que expulsar o cara (Joesley). Querem que ele seja Deus?! Onipotente, onipresente e infalível!”, disse Perondi, na manhã desta sexta-feira.

“Quem deveria descobrir é Ministério Público”.

O parlamentar afirmou que Temer ficou “surpreso” com o envolvimento de seu ex-assessor especial e deputado afastado Rocha Loures (PMDB-PR) no escândalo. Perguntado sobre o risco de uma delação de Loures, respondeu: “O Rocha Loures tem que ir num padre se confessar.”

Darcísio Perondi deu detalhes do encontro de Temer com Joesley. Ele afirmou que o empresário procurou Temer durante três meses, tentando esse encontro.

“E usou amigos comuns (para chegar a Temer), mas o presidente negou. E algum amigo deu o telefone (de Temer) para esse empresário, que é um criminoso, bandido e inteligente. E que alimentou campanhas do PT pesadamente.”

Perondi afirmou que Temer o recebeu por ser, o presidente, uma pessoa “afável”. O deputado disse que ouviu três vezes a gravação da conversa e disse que Temer foi “discretíssimo” no diálogo com Joesley.

“Ele ligou para o Michel, que é uma pessoa afável. ‘Então vem aqui’. O mais grave é que foi uma conspiração para gravar o presidente da República. E o país perdeu R$ 200 bilhões de reais em ação nas Bolsas. Eu apoio a Lava Jato, ajudei a pegar assinatura (não disse para quê), aplaudo o juiz Sérgio Moro, mas precisa de limite.”

O deputado disse que ouviu três vezes a fita e afirmou que Joesley foi orientado a agir como agiu.

Para Perondi, a base do governo foi atingida, mas que está se recompondo após a divulgação das gravações.

“Óbvio que uma conspiração dessas repercute entre os deputados. Mas tudo está sob controle. O que houve foi uma conspiração dos poderosos do serviço público, que não querem se aposentar aos 60 ou 62 anos, mas aos 47 e 48 anos quando a maioria se aposentada aos 60 e 65. O áudio foi tranquilizador. A base não foi destruída.”

Outro lado

Por intermédio de sua assessoria, Rocha Loures informou que não comentará as declarações de Perondi.

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