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Hipótese de aprovar apenas a idade mínima forçaria novas discussões sobre a Previdência já em 2019, segundo Paulo Tafner. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Hipótese de aprovar apenas a idade mínima forçaria novas discussões sobre a Previdência já em 2019, segundo Paulo Tafner.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O economista Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), avalia que a aprovação da reforma da Previdência com apenas a mudança da idade mínima para a aposentadoria vai gerar impacto fiscal “razoável”, mas “insuficiente” para melhorar as contas públicas brasileiras. Durante debate de economistas em evento da XP Investimentos, neste sábado, o especialista avaliou que, se o esvaziamento da reforma da Previdência ocorrer, já em 2019, com o novo presidente, podem ter de ser discutidas novas mudanças nas aposentadorias. O esvaziamento excessivo da reforma pode levar o governo também a ter de elevar impostos, segundo ele.

Alguns economistas e políticos em Brasília não descartam que o texto da Previdência tenha de sofrer novo esvaziamento para que o governo consiga passar as medidas no Congresso, por causa da crise política. Uma das possibilidades seria manter apenas a idade mínima para a aposentadoria, deixando os outros pontos para o novo presidente. Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que pode ser preciso fazer uma nova rodada de conversas sobre a Previdência, mas descartou que o governo discuta reduzir a idade mínima para a aposentadoria.

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Nossas convicções: Fortalecimento do modelo federativo

No evento da XP neste sábado, outros economistas, como Zeina Latif e Eduardo Giannetti da Fonseca, também destacaram a necessidade da mudança. “Esta reforma é de primeiríssima ordem”, disse Giannetti, mas também é preciso pensar em outras mudanças, como o pacto federativo. “É preciso resgatar no Brasil um sistema de cidadania tributária em que o cidadão sabe quanto paga de impostos, para onde vai e o que é feito.” Para o economista, o dinheiro público precisa ser gasto mais perto de onde é arrecadado, e não redirecionado para Brasília.

Equipe econômica

Giannetti ainda acrescentou que o fator que diferencia o momento atual do presidente Michel Temer do período que precedeu o impeachment de Dilma Rousseff é a “excelente equipe econômica” do peemedebista. “Esta equipe protege o país de medidas populistas”, afirmou, durante debate que integrou o evento da XP Investimentos. O economista observou que não são apenas nomes como o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas de técnicos da Fazenda e do Banco Central, além do novo comando das estatais, todos formados por profissionais experientes. Para Giannetti, baixas na equipe seriam um mau sinal. “Tudo isso nos protege da ala podre do governo e é importante que essa equipe permaneça até o fim.”

Nas eleições de 2018, o economista disse que todo o quadro eleitoral vai depender da entrada ou não na corrida presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se o petista disputar as urnas, Giannetti acredita que ele irá para o segundo turno e haverá uma polarização na campanha. Sem Lula, Giannetti avalia que o quadro tende a ficar mais pulverizado, com potenciais candidatos ficando mais dispostos a entrar na disputa.

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