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O Ministério Público da Suíça informou que ainda mantém confiscados R$ 2,8 bilhões relacionados às investigações da Operação Lava Jato. Esse valor ainda pode, portanto, ser recuperado pelo Brasil. Desde o início da apuração dos desvios de recursos da Petrobras, somente cerca de R$ 700 milhões foram repatriados.

“É de especial preocupação do Escritório do Procurador-Geral que a Suíça repatrie ativos bloqueados a seus legítimos donos”, ressaltou o órgão, ao divulgar nesta sexta-feira (20) o balanço das atividades de 2017.

Como os bancos suíços foram um dos principais destinos do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, o Ministério Público do país europeu lista a Lava Jato entre as maiores investigações de crime de colarinho branco.

O relatório apontou ainda que, diante da alta carga de trabalho, os investigadores têm adotado melhorias na estrutura de departamentos para tornar a Força-Tarefa da Lava Jato no país mais eficiente.

Desde o ano passado, o Ministério Público suíço passou a priorizar as investigações de quem já teve o processo encerrado no Brasil. Além disso, por meio da cooperação internacional, têm transferido informações e processos para o país e também se concentrado na apuração de ilícitos envolvendo pessoas e empresas na Suíça.

Um exemplo é Bernardo Schiller Freiburghaus, apontado como operador de contas no exterior da Odebrecht. Em maio do ano passado, o juiz federal Sérgio Moro remeteu ao país europeu o processo contra o acusado, que agora mora na Suíça, por possuir dupla nacionalidade. Ele nega envolvimento no esquema.

Após o trabalho de colaboração do MP suíço na investigação do grupo Odebrecht, que assinou, em 2016, acordo de leniência, o órgão recebeu “um grande número de consultas e pedidos de assistência mútua de outros países envolvidos”, que também acreditam ter sido alvo do esquema, segundo o documento. Atualmente, são mais de 50 solicitações.

Bancos condenados

Por causa das denúncias de participação de bancos estrangeiros nos desvios de recursos públicos brasileiros, o órgão de fiscalização do sistema financeiro da Suíça (Finma) investigou cerca de 12 instituições bancárias no país. O objetivo era verificar se as regras para evitar lavagem de dinheiro foram cumpridas e se, em caso de operações suspeitas, as autoridades foram comunicadas.

Três bancos já foram condenados: BSI, Heritage e PKB. Um processo ainda está aberto. O nome da instituição, no entanto, é sigiloso. Em relação aos demais bancos, a Finma afirma que, em alguns casos, não foram detectadas falhas e, em outros, avaliou que apenas o monitoramento seja suficiente.

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