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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Michel Temer não pedirá renúncia da Presidência da República, como reforçou em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira (22). Segundo o jornal, Temer afirmou que não sabia que o executivo da JBS Joesley Batista era investigado quando o recebeu na residência oficial da Presidência da República. Temer afirma que acreditou que a conversa seria para falar sobre a Operação Carne Fraca, que incluia a JBS.

“Ele tentou três vezes me procurar. Ligou uma vez para a minha secretária, depois ligou aquele rapaz, o [Ricardo] Saud, eu não quis atendê-lo. Houve um dia que ele me pegou, conseguiu o meu telefone, e eu fiquei sem graça de não atendê-lo. Eu acho que ele ligou ou mandou alguém falar comigo, agora confesso que não me recordo bem.”, afirmou Temer.

O presidente afirmou na entrevista que a gravação foi “espetaculosa” e que em todo o momento Batista estava “tentando induzir uma conversa”, e chama Batista de “falastrão”, ao dizer que desconfiou que ele falasse a verdade ao dizer que havia comprado um juiz. Ele volta a negar que tenha pedido para o empresário pagar pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

“Ontem mesmo o Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu [dinheiro] a ele [Joesley] e muito menos a mim. E até o contrário. Na verdade, ele me contestou algumas vezes. Como eu poderia comprar o silêncio, se naquele processo que ele sofre em Curitiba, fez 42 perguntas, 21 tentando me incriminar?”, disse.

Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de dinheiro, Temer diz que vai esclarecer tudo e que mantinha com ele “relação institucional”. A atitude de Loures, para o presidente, não foi “aprovável”. O presidente afirma que a gravação e as imagens de Loures teriam sido uma armação, após Joesley Batista ter recebido treinamento sobre como fazer delação. “Coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole.”

Ao ser questionado se a Procuradoria-Geral da República (PGR), que aprovou a delação, teria armado contra ele, Temer é evasivo. “Mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa”.

“Acho que é preciso muita tranquilidade, serenidade, adequação dos atos praticados. Não podem se transformar em atos espetaculosos. E não estou dizendo que a Procuradoria faça isso, ou o Judiciário. Mas é que a naturalidade com que se leva adiante as delações... Você veja, as delações estão sob sigilo. O que acontece? No dia seguinte, são públicas. A melhor maneira de fazer com que eles estejam no dia seguinte em todas as redes de comunicação é colocar uma tarja na capa dizendo: sigiloso”, afirmou.

Partidos

Sobre sua relação com a base, que no sábado perdeu o PSB, Temer afirma acreditar que contará com a fidelidade do PSDB até o final de 2018. Quanto ao PSB, Temer diz que já não mais contava com esse partido, que havia desembarcado na votação da Reforma da Previdência na Câmara.

Ainda ao jornal, Temer disse ter recebido com surpresa o pedido de impeachment da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas que reconhece como legítima a ação.

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