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| Foto: AYRTON VIGNOLA/ESTADÃO CONTEÚDO

O empresário Joesley Batista, da JBS, divulgou neste sábado (2) uma nota em que chama o presidente Michel Temer (PMDB) de “ladrão geral da República” e diz que o presidente não consegue se defender dos crimes que comete.

Joesley, cuja delação serviu de base para que a Procuradoria-Geral da República apresentasse a primeira denúncia, sob acusação de corrupção passiva, contra Temer, diz que a colaboração com a Justiça “é por lei um direito” que o presidente “tem por dever respeitar”.

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“Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros”, diz a nota.

Com a declaração, Joesley, respondeu a nota de sexta-feira (1º) em que o Planalto antecipou a defesa de Temer e desqualificou as delações do corretor de valores e suposto operador do PMDB Lúcio Bolonha Funaro, cujos depoimentos devem embasar a segunda denúncia contra o presidente.

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Segundo o Planalto, os irmãos Batista mentiram e omitiram dados dos procuradores e “continuam tendo o perdão eterno” do procurador-geral, Rodrigo Janot. Isso porque Joesley decidiu entregar aos investigadores novos áudios de conversas que teve com políticos para complementar sua delação.

Para o Planalto, a delação de Funaro, ainda sob sigilo, tem “inconsistências” e “incoerências” e representa uma “vontade inexorável” de Janot de perseguir o presidente. A delação do corretor está sob sigilo e deve ser homologada nos próximos dias pelo Supremo Tribunal Federal.

Em seus depoimentos, Funaro afirma que recebeu R$ 400 mil da JBS para se manter em silêncio, mas ainda não está claro se ele atribui a ordem do pagamento a Temer, ou implica o presidente em qualquer outro crime. Na nota, Joesley não cita nenhum dado em relação a Funaro.

Antes de fechar o acordo com os investigadores, o corretor havia dito à Polícia Federal no mês passado que os pagamentos foram feitos para quitar uma dívida antiga com a JBS. A versão se chocava com a de Joesley, que disse que pagava para que Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) permanecessem calados.

Temer, que nega ilegalidade, diz, via assessoria, que “se resguarda o direito de não tratar de ficções e invenções de quem quer que seja”.

Com receio de repercussão negativa, o presidente foi convencido a não antecipar seu retorno da China, que ocorreria devido à iminência da nova denúncia. “Depois que disseram que eu vou voltar, vou voltar não”, disse Temer em Pequim, antes da divulgação da nota de Joesley.

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