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A crise de 2008 foi mesmo culpa do livre mercado?
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Helio Beltrao

Participo neste fim de semana da I Conferência Estadual do Estudantes Pela Liberdade, em Passo Fundo. Os jovens organizadores conseguiram furar primeiro as barreiras dentro da própria faculdade, UPF, em que alguns professores de esquerda tentaram até impedir o evento (como gostam da pluralidade de ideias!). Em seguida, conseguiram reunir mais de cem pessoas, praticamente lotando o grande auditório. Por fim, atraíram um time de palestrantes de primeira. Tudo isso num fim de semana!

A abertura coube ao engenheiro Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil, que tem feito um ótimo trabalho de divulgação da Escola Austríaca. Seu tema foi a crise de 2008, derrubando o mito – tão disseminado – de que tudo foi culpa do capitalismo e do livre mercado. Refutar tal falácia é tarefa crucial na defesa da liberdade, pois não são poucos os economistas, mesmo do mainstream, que acusam o mercado pela crise e clamam por intervenção estatal como solução, o que costuma agravar o problema.

Hélio voltou lá atrás, nas origens da moeda, normalmente metais que foram escolhidos voluntariamente, para mostrar que os governos já abusavam de seu poder para desvalorizar suas moedas intencionalmente, reduzindo o teor metálico delas, produzindo assim inflação. O próprio declínio do império romano teve ligação direta com a destruição de valor da moeda, principalmente por Diocleciano. Esse abuso do poder estatal para produzir inflação tem tudo a ver com o que ocorreu na década de 2000, culminando na crise de 2008.

A centralização do crédito e da moeda nas mãos do estado gerou resultados ineficientes. Como lembrou Hélio, os próprios termos Banco Central e Comitê de Política Monetária nos remetem à mentalidade soviética (soviet quer dizer justamente comitê). A simbiose entre bancos e governo acabou levando a um moral hazard terrível, pois os bancos tiveram incentivos para alavancar muito mais do que seria saudável, contando sempre com a rede protetora do governo.

Resumo: a crise de 2008, de forma sucinta, foi produzida pela injeção maciça de dinheiro na economia, levando a uma má gestão dos riscos por parte dos investidores e especuladores. A inflação não foi tanto de preços quanto de ativos, o que iludiu muitos agentes por longo período, gerando um efeito riqueza artificial e insustentável. Tais bolhas inevitavelmente estouram. E quando isso acontece, a culpa é sempre do mercado, do capitalismo. Nada mais falso…

Rodrigo Constantino

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