Ah, a esquerda canalha… a esgotosfera se animou quando resolvi escrever um texto sobre a agressão às mulheres, usando como contraponto ao discurso de total vitimização o psiquiatra britânico Theodore Dalrymple. Claro que iriam distorcer tudo para colocar uma chamada assim: Constantino (ou ex-blogueiro da Veja) diz que mulher que apanha tem culpa! Quem tem culpa é quem ainda usa os MAVs como fonte de informação…
O que foi dito no meu texto estava bem claro, para quem tem um pingo de honestidade intelectual. Se uma mulher apanha de forma recorrente, mas sempre volta para o agressor, isso pode ter ligação com algo bem conhecido até pelos “psis” que adoram Zizek: o gozo da vítima. Ora, nem todas que permanecem nessa relação doentia o fazem por conta dos filhos ou de dinheiro, e isso é fato comprovado por estatísticas e médicos, inclusive o Dalrymple.
O médico britânico ouviu vários relatos de mulheres que voltavam para seus agressores na “esperança” de que agora eles iriam mudar, que no fundo eles eram “boas pessoas”, ou que precisavam delas para sobreviver. Mulher de malandro era a expressão que antigamente todo mundo usava para definir esse tipo bem concreto e real, mas no mundo moderno a esquerda canalha usa o politicamente correto para impedir o debate sério e impor a narrativa da vítima.
No mais, essa narrativa é contraditória ao próprio feminismo. Ora, se as mulheres não são frágeis e dependentes, como alegam as feministas, então por que ficar sob o controle e o domínio de um machista agressor? Por que não procurar ajuda e se mandar, denunciando o covarde?
Meu texto tinha inclusive uma imagem que estimulava a denúncia, pois quem cala, consente. Os blogs “progressistas” bancados pelo governo estão chamando as mulheres todas que apanham de medrosas e submissas, o que atenta contra a imagem pregada pelas feministas. E estão, de alguma forma, endossando que fiquem mesmo com os agressores, já que são vítimas indefesas, o que é imoral e incentiva a violência.
Em meio a tantos ataques chulos, como de praxe quando se trata de esquerdistas, um leitor fez um comentário sério, que merece ser replicado aqui:
Trabalho em uma vara de violência doméstica e vejo todo dia casos de agressões contra mulheres. É muito comum as mulheres “aprenderem” que a justiça serve pra dar um “susto” no companheiro e depois da polícia ir lá e tirar ele de casa, deixam voltar com a promessa de que vai melhorar. Dali alguns meses começa tudo de novo.
Hoje mesmo, uma senhora pediu medidas protetivas porque, ao chegar em casa e encontrar o marido (desempregado), jogado no sofá no meio do dia, resolveu cobrar uma atitude dele. Ato contínuo o infeliz passou a lhe injuriar (puta, vagabunda, desgraçada). Ela então se sentiu no direito de ir até a delegacia e requerer medidas protetivas. Detalhe… já é a terceira vez que ela pede, sendo que nas outras houve deferimento, mas ela sempre volta para o cara. Dessa vez foi diferente e a proteção foi negada.
A função do estado não é ensinar um casal de idosos a se respeitarem. Dito tudo isso, ressalto que as medidas protetivas são muito bem vindas em diversos casos, onde realmente existe abuso e as mulheres/crianças se encontram em situação de risco. Mas como em tudo no Brasil, tem muito malandro!
Exatamente. Cada caso é um caso. Há mulheres que são vítimas, claro, e podemos compreender que nem sempre é trivial pular fora. Mas quem vai negar que existe o outro grupo, das mulheres que apanham e insistem em ficar, pela crença arrogante de que vão mudar o agressor ou porque sentem algum gozo na posição de vítima indefesa?
Ninguém razoável nega isso.Faço a pergunta direta a você, cara leitora: se levasse uma porrada na cara do namorado ou marido, haveria uma segunda vez? Mas claro que a esquerda iria usar o fato para distorcer o que foi dito, de forma a pintar uma imagem negativa minha, de alguém insensível com as milhares de mulheres mortas todo ano em casa.
Esses blogueiros são como as mulheres de malandro: adoram apanhar dos liberais, que esfregam em suas caras de pau toda a sua canalhice. Em vez de lerem o “ideologismo político” ou a “revista moron”, leiam o livro de Dalrymple. Façam isso por vocês!
Rodrigo Constantino
Deixe sua opinião