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A ideologia do Enem: como a esquerda reagiria se fosse o contrário?
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O tema da redação da prova do Enem desse ano, sobre feminismo, ganhou as redes sociais. Muita gente aplaudindo, muito “intelectual” celebrando, muito artista engajado comemorando. Todos, claro, apelando para o monopólio da virtude, como se somente feministas defendessem as mulheres ou condenassem o machismo e a agressão às mulheres. Nada mais falso.

As coisas andam tão bizarras em nosso país que até um esquerdista como Netinho de Paula veio comemorar a escolha, ele que foi processado por ter batido na própria mulher:

Netinho

Quando apontaram para a incoerência, ele se defendeu alegando ser vítima de racismo. É o que a esquerda costuma fazer sempre.

Mas a redação inspirada na pensadora feminista não foi tudo. O Enem contou com várias outras questões com claro viés esquerdista, como uma envolvendo Simone de Beauvoir, e aquela absurda em que a globalização é responsabilizada pela perda de empregos. Talvez a Coreia do Norte, isolada e “protegida” da malvada globalização, esteja em situação melhor do que os países asiáticos, os mais abertos do mundo. Pobre povo de Hong Kong…

A ideologia do Enem foi tema da coluna de Hélio Schwartsman hoje na Folha. O colunista, com sua postura de lorde britânico, condenou o viés ideológico, mas com luva de pelica, cheio de dedos e cuidado. Começou já afirmando que havia “algum exagero na acusação de que o governo transformou o Enem numa prova doutrinária”. Sério mesmo?

Depois da grande assoprada, uma leve mordida: “Deve-se reconhecer, porém, que o exame, notadamente a parte de ciências humanas, dá generoso espaço a tópicos e autores caros à esquerda”. Generoso espaço é eufemismo para domínio total, hegemônico. Pelos cálculos do próprio jornalista, quase um terço da prova de humanas, onde há flexibilidade para incutir ideologia, teve viés de esquerda, mas ele parece achar quase normal:

Fora o tema da redação, que foi a violência contra a mulher, eu contei, usando critérios bem frouxos, 14 perguntas capazes de disparar, ainda que levemente, conexões neuronais esquerdistas nos candidatos. Detalhe importante, a maioria delas não exige que o estudante concorde com a tese para acertar o exercício. São assuntos como globalização, movimentos sociais, feminismo, defesa do meio ambiente. Entre os autores, destacam-se nomes como Simone de Beauvoir, Karl Mannheim, Slavoj Zizek, Agostinho Neto e Paulo Freire. Esse “pot-pourri” representa 31% da prova de ciências humanas –o que não é pouco-, mas mais modestos 7,8%, se considerarmos todas as 180 questões do teste.

Ora, o que ele queria, socialismo nas contas de matemática? Comunismo nas questões de física? Feminismo nas fórmulas químicas? Parece um tanto complicado, não é mesmo? O que está mais do que evidente é o fato de que onde é possível, a esquerda enfia doutrinação ideológica na prova. Isso está claro, é conhecido e notório, e os alunos esclarecidos já vão para a prova preparados para mentir. Se quiserem tirar notas boas precisam “esquerdar”, ou seja, bancar o boboca por algumas horas.

O que o educado Schwartsman não parece notar é que a reação da mesma esquerda seria completamente histérica se fosse o contrário, se um governo liberal ou conservador adotasse um viés tão evidente na prova. Imaginem se só pensadores conservadores fossem citados, por exemplo, se gente que a esquerda adora odiar sem jamais ter lido fosse onipresente nessas provas. Qual seria a reação da esquerda?

O viés ideológico do Enem não deveria ser suavizado. Não devemos fazer pouco caso disso, pois é absurdo, vem aumentando e faz parte de uma estratégia deliberada de doutrinação ideológica inspirada em Gramsci. A hegemonia cultural é uma meta evidente da esquerda totalitária, e ela não admite o contraditório, a busca da neutralidade, a imparcialidade como meta. Ela quer tudo de um só lado, mesmo que por meio de mentiras escancaradas, de inversão de fatos.

Nivaldo Cordeiro gravou um vídeo de desabafo sobre a escolha da autora comunista para a redação do Enem, lembrando que ela e seu amante Sartre eram propagandistas dos mais nefastos regimes da época, aqueles que trucidavam minorias dissidentes:

A ideologia do Enem, portanto, não deve ser tratada como coisa menor por nós, como algo normal, banalizado. Aceitamos calados por tempo demais esse controle cultural e educacional por parte da esquerda revolucionária, e o estrago está aí, bem visível para quem quiser ver. Chega disso!

Chega de tanta doutrinação nas escolas, nas universidades e nas provas do Enem. Esse tipo de coisa tem sérias consequências para o país. A degradação de valores morais que vemos hoje e a própria permanência de um partido como o PT no poder comprovam isso. É hora de reagir!

Rodrigo Constantino

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