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A plataforma tucana para 2014. Ou: Quem não tem cão, caça como gato
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Ao que tudo indica, José Serra “jogou a toalha” e Aécio Neves será o candidato do PSDB em 2014. Hoje, o tucano lança o documento com as 12 diretrizes que filtrou após muitas conversas e caminhadas pelo país. Trata-se de metas um tanto vagas, focando mais nos fins do que nos meios para atingi-los.

Tenta fugir da disputa maniqueísta entre “estatizantes” e “liberais”, ainda assim depositando no estado um papel extremamente relevante na busca pelo progresso. Na ótica tucana, o estado teria um papel mais regulador do que executor, o que já seria um avanço em relação ao modelo petista atual.

Em linhas gerais, há a clara visão de que as instituições republicanas foram totalmente corroídas durante a gestão do PT, e que resgatar a ética e combater a corrupção são medidas extremamente urgentes. Em outras palavras, chega de avanço do bolivarianismo no Brasil.

Recuperar o ambiente para investimentos também é uma das metas prioritárias. O governo do PT abandonou o tripé macroeconômico, feriu de morte a credibilidade de instituições importantes como o Banco Central e o BNDES, e afugentou investidores aflitos com tantas incertezas.

As demais diretrizes são bem abstratas, quase monopolizando fins nobres. Educação de qualidade para todos (sim, mas como?), segurança pública como responsabilidade nacional (ok, mas como?), mais saúde para os brasileiros (tudo bem, mas como?), e por aí vai.

Tudo parece depender da crença de que haverá melhor gestão nessas áreas. Acreditamos nisso, pois os tucanos têm um histórico de melhor gestão do que o PT mesmo, algo que, convenhamos, não é tão difícil assim. Nunca antes na história deste país se viu tanta incompetência reunida no governo!

Há ainda duas outras diretrizes de mudanças importantes: o foco no federalismo, ou seja, dar mais autonomia aos estados e municípios; e reintegrar o Brasil ao mundo, algo fundamental após a obsessão petista com o Mercosul, uma camisa de força ideológica que prejudica nosso comércio.

Em geral, trata-se de um típico documento social-democrata, de uma esquerda mais civilizada, como a europeia. Não deixa de ser um grande salto de qualidade frente ao quadro atual. De um lado, o modelo alemão ou mesmo francês (esse está bem mal das pernas), do outro o modelo argentino ou venezuelano.

Não resta muita dúvida de qual é melhor, ou menos pior. O PT tem nos levado rapidamente na direção bolivariana, mesmo quando temos o desastre anunciado de nossa vizinha Argentina como alerta. O PSDB de Aécio Neves pretende reverter essa deterioração institucional e colocar o Brasil na rota de um welfare state mais responsável e republicano.

Ainda lamento muito a falta de uma alternativa mais liberal, que retomasse uma agenda de privatizações mais agressiva, que lutasse por reduzir bem mais o papel do estado na economia, que deixasse o mercado funcionar de forma bem mais livre e sem tanta regulação ou controle.

Mas quem não tem cão, caça como gato. Enquanto uma alternativa dessas não surgir, o jeito é ir com o PSDB mesmo. Até porque continuar com o PT é assinar a sentença de morte certa. Alguém pode olhar para a Argentina e a Venezuela como exemplos a serem seguidos? Então também não pode votar no PT para mais 4 anos de retrocesso…

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