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Ajuda aos africanos? Quais?
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Em 1993, Chido Govera tinha apenas 8 anos quando precisou virar chefe de família. A mãe morreu de Aids, e a menina assumiu a responsabilidade pela avó e pelo irmão mais novo. Três anos depois de iniciar essa luta quase impossível, teve a ideia que inspirou outros pelo mundo: usar material orgânico, sobretudo a borra do café, para produzir cogumelos. […] Em vez de pedir esmolas ou de esperar ajuda do governo do seu país, a adolescente, que havia deixado cedo a escola para começar a trabalhar, vendia os cogumelos que produzia a custo baixíssimo. Com o dinheiro que ganhava, sustentava a família. Mas Chido, que hoje tem 28 anos, não parou aí — ela divulgou seu projeto na África e na Europa. O método foi adotado com sucesso na Alemanha, em Portugal e nos Estados Unidos. Em Berlim, Philipp Buddemeier abriu a Chido’s Mushrooms praticamente sem capital. 

Esse trecho é da matéria “Cogumelos de porão”, do caderno Gourmet do jornal O Globo deste sábado. Chido é uma história de sucesso a despeito de todo ambiente hostil na África. Ela não correu atrás de esmolas, não contou com benesses estatais. Teve que batalhar e correr atrás de seu sonho. Chido não faz parte do grupo de africanos que se apropria das ajudas filantrópicas dos países ricos (normalmente pagas pelos pobres desses locais), tão defendida pelo cantor Bono do U2. Tampouco ela recebe alguma vantagem dos milhões que o governo Dilma perdoou em dívidas africanas.

Quem, então, ganha com esse “altruísmo” que a presidente Dilma fez com o chapéu alheio? Os ditadores corruptos e seus apaniguados e parentes. Como diz outra matéria do jornal, um filho de ditador africano gasta em compras o dobro da dívida com o Brasil:

Para os Obiang, uma quantia de R$ 27 milhões (valor da dívida com o Brasil) é dinheiro de bolso. Teodorín, filho mais velho e virtual sucessor do ditador, gastou o dobro disso numa única noitada de compras na Christie’s, em Paris. Foi durante o leilão da extraordinária coleção de arte de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, em 2009 – informou o Departamento Antilavagem do Ministério das Finanças da França em relatório aos juízes parisienses Roger Le Loire e René Grouman.

Parte dos lotes que Teodorín arrematou incluía obras de Rodin, Degas e Monet. Elas foram apreendidas pela Justiça no final do ano passado. A polícia levou, também, peças de mobiliário avaliadas em R$ 117 milhões (US$ 52 milhões) e uma coleção de carros (sete Ferrari mais alguns Bentley, Bugatti Veyron, Porsche Carrera, Maybach Mercedes, Aston Martin, Maserati e Rolls-Royce).

Resumindo a total falta de respeito com os pagadores de impostos brasileiros: o governo do PT, de olho em seus próprios interesses, ajuda ditadores a torrar nosso dinheiro na compra de objetos de luxo, enquanto grande parcela do país sequer tem saneamento básico. É ou não é um ultraje revoltante?

 

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