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Armas nas escolas e universidades: bom ou ruim?
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Deu no GLOBO: Câmara de Wyoming libera porte de arma em escolas e universidades

A mudança na legislação que permite a entrada de pessoas com autorização de porte de armas de fogo para levá-las a escolas públicas, universidades e reuniões do governo teve vitória fácil na Câmara Legislativa de Wyoming. Aprovada por 42 votos a 17, a medida apoiada pela maioria republicana no estado precisa apenas da assinatura do governador Matt Mead, do mesmo partido. Em 2013, o estado foi o quinto maior em número de mortes por ferimentos a bala.*

Os defensores do projeto de lei argumentaram que a medida iria aumentar a segurança das crianças matriculadas nos 48 distritos escolares do estado, permitindo que os funcionários da escola — dos professores aos zeladores — fiquem armados em sala de aula e na região dos campi universitários. Eles citaram o massacre de 2012 em Newtown, Connecticut, onde um atirador matou 20 crianças e seis adultos na escola fundamental Sandy Hook, alegando que vidas poderiam ter sido salvas se os membros da equipe da escola estivessem armados.

— A única maneira de atender a essa força é estar legalmente armado, sendo cidadãos responsáveis — disse o deputado republicano Kendall Kroeker, logo acompanhado pelo coro do colega John Eklund: — Quero que meus netos estejam seguros na escola, e uma zona sem armas é a pior opção possível.

A medida vai à contramão do que vários países, inclusive o Brasil, têm feito em relação às armas. Tomados por uma mentalidade “progressista”, que costuma confundir causa e efeito e acaba punindo as armas pelos crimes, como se arma tivesse volição, esses governos vêm tolhendo cada vez mais o direito básico de o cidadão ordeiro ter ou portar uma arma.

As estatísticas não comprovam a eficácia desse método de combate ao crime. Ao contrário: há vários indicativos de que quanto mais armas, menos crimes. Afinal, os marginais já estão à margem das leis, e não serão afetados por elas. Já aqueles cidadãos de bem, que poderiam eventualmente reagir ao crime, são desarmados, o que pode muito bem aumentar a ousadia dos criminosos.

Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil, que defende o direito de os indivíduos terem armas, celebrou a notícia e disse ao blog:

A verdade é que todos os outros estados que liberaram o porte de armas em escolas e universidades, entre eles o Texas, Utah, Colorado, Idaho, Kansas, Mississippi, Oregon, Utah e Wisconsin, não só não tiveram absolutamente nenhuma ocorrência grave envolvendo cidadão legalmente armados como ano após ano vêm observando um decréscimo nos ataques em escolas e universidades. Lembro de uma velha piada onde um maluco, na janela de um hospício, dá a solução para um homem com um problema em seu carro e ao ser inquerido se ele era louco, responde: sou louco mas não sou burro.

Negar a utilidade de uma arma em posse de um cidadão decente porque a polícia já existe para isso é como negar a utilidade de um extintor de incêndio porque existe o corpo de bombeiros. Há casos em que apenas uma reação imediata pode evitar o pior. As zonas livres de armas são convites tentadores a malucos ou bandidos, pois estarão seguros de que, ali, não encontrarão resistência alguma.

Que o critério para obtenção de uma arma ou do direito de portar uma seja bastante rigoroso, tudo bem; isso todos os liberais podem concordar. Mas que o estado determine que ninguém pode ter uma arma, apenas os bandidos ou terroristas, isso já é não só uma afronta às liberdades individuais, como um atentado contra a inteligência.

* Acredito que o jornalista deve ter se confundido, pois quando analisamos os dados do FBI para crimes em 2013, vemos que Wyoming teve somente 17 casos de homicídio – destes, 9 foram cometidos com armas de fogo e sua taxa de 2,9 homicídios por 100 mil habitantes é uma das mais baixas dos Estados Unidos. Como coloca Bene Barbosa: “Enquanto democratas pulam de suas cadeiras nos EUA pela liberação do porte de armas em escolas e universidades do citado estado, esquecem de dizer que a Califórnia – o mais democrata estado americano e um dos mais restritivos ao porte de armas – amargou 1.746 homicídios em 2013 e tem taxa de homicídios de 4,6 por 100 mil habitantes”. Ou seja, o jornalista simplesmente inverteu as bolas: Wyoming não é o quinto com mais mortes por arma de fogo, e sim o quinto com menos mortes. Um “pequeno” erro…

Rodrigo Constantino

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