Caros leitores,
O blog ficará com menos atividade nos próximos dias, pois vou participar de um colóquio socrático no Liberty Fund, em Indianapolis, Indiana. O tema será liderança na América Latina. E como escritor explorado pelas grandes empresas de mídia não é rico como artista da esquerda caviar, vou aproveitar e ficar alguns dias em Miami. Como diz um amigo meu, compro em Miami porque sou pobre; se fosse rico comprava no Brasil mesmo, pagando o triplo pelas coisas.
Por falar em esquerda caviar, não deixa de ser irônico o fato de termos algo em comum, nós da “direita Miami” e eles: ambos preferimos viajar para os Estados Unidos! É verdade que eles adoram odiar os “States”, mas é só da boca para fora. Alguns chegam até a comprar apartamentos em Nova York. Já para Cuba ninguém quer ir…
Prometo ficar mais atento desta vez ao “horror” que é Miami, segundo Leonardo Sakamoto. Para ele, se Miami é a América Latina que deu certo, como cheguei a dizer, então estamos fritos, pois Miami é um fracasso. Vou em busca das favelas cariocas, do alto índice de criminalidade, do clima de insegurança ao parar no sinal de trânsito, com marmanjos sarados fazendo cara de fome e intimidando motoristas para levar algum. Dessa vez encontro tudo isso e muito mais!
Mas fiquem tranquilos que volto já. Como abrir mão dessa “cidade maravilhosa”? Ainda mais esse ano, quando terei a incrível chance de escolher um novo governador, podendo votar em Pezão, Lindbergh Farias, Garotinho ou Crivella. Alguém resiste? Só um maluco ficaria por lá, em Miami, longe de tantas emoções…
PS: Leitura da viagem devidamente escolhida, e bastante adequada. O mais novo livro de Tom Wolfe, Sangue nas Veias, justamente ambientado em Miami, este caldeirão cultural que os latino-americanos tomaram para si. Mal posso esperar pela crítica ácida de Wolfe, o autor de Radical Chic e Fogueira das Vaidades, capaz de dissecar a degradação moral e a breguice do próprio país como poucos.
PS2: Espero que as autoridades americanas não descubram meu verdadeiro objetivo com essa viagem, que é usar Flórida como trampolim para finalmente chegar ao paraíso socialista na ilha caribenha comandada pelos Castro, onde nenhuma criança dorme na rua (ainda que várias se prostituam para ter o que comer).
Rodrigo Constantino
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