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Bernardinho, João Dionísio e eu, em evento do Partido Novo em SP.
Bernardinho, João Dionísio e eu, em evento do Partido Novo em SP.| Foto:

Principal aposta dos tucanos para o governo do Rio nas eleições do ano que vem, Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, trocou o PSDB pelo Partido Novo. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que é amigo do treinador, tenta reverter a decisão.

Presidente do Partido Novo, João Amoêdo disse que Bernardinho se filiou no início do ano passado e que o projeto é lançá-lo para governador do Rio. O treinador, no entanto, ainda não se decidiu.

— Eu acho que tem muita gente no Brasil que gostaria de votar nele, não só por ser um vencedor, um formador de equipe, mas pelo cenário em que a gente precisa trazer novas lideranças para a política. Agora, é uma mudança de vida que eu sei que não é fácil para ele — disse Amoêdo.

Segundo um integrante do diretório estadual do PSDB no Rio, a desfiliação foi identificada “há uns dois meses”, durante um levantamento de rotina. Aécio, que levou o técnico de vôlei para o PSDB, teria sido informado pelo presidente estadual do partido, deputado federal Otavio Leite.

Aécio tentou minimizar a baixa. “Estou certo de que qualquer projeto eleitoral que ele venha a abraçar ocorrerá em parceria com o PSDB ou, quem sabe, dependendo do que venha a ocorrer na reforma eleitoral, no próprio PSDB. Ele continua tendo conosco as melhores relações”, afirmou o senador, em declaração enviada por sua assessoria de imprensa.

O presidente do Novo, porém, descartou eventual coligação com o PSDB:

— Após todo esse evento de Lava-Jato, eu acho que não é muito fácil. Pode ser que esse cenário mude daqui a um ano. A gente preza muito a imagem do partido.

A saída de Bernardinho virou um tabu no PSDB, que tentou abafar o caso, enquanto tentava trazê-lo de volta.

A assessoria de imprensa de Bernardinho disse que ele não se pronunciaria.

O PSDB tem gente boa, sem dúvida, mas é inegável que se manchou não só com a Lava Jato, mas com a postura tantas vezes pusilânime no enfrentamento ao PT. No mais, apesar de algum viés liberal, especialmente em questões econômicas, é fato que o partido é de centro-esquerda, defensor da social-democracia nos moldes europeus, “progressista”. Por falta de opção, alguns liberais até foram parar no antro dos tucanos, mas não se sentem em casa. O desconforto é evidente.

Por fim, o PSDB representa o velho na política, e se há uma coisa de que nossa política necessita é do novo, de gente que vem de fora da política, que entenda que defender o indivíduo contra o estado é a grande missão atual, proteger o empreendedor dos coletivistas é fundamental, lutar pelo trabalhador contra os sindicatos é o único caminho. Ou seja, mais indivíduo, menos estado, eis o mote!

O técnico segura meu livro em defesa das privatizações, que os tucanos não tiveram a coragem de defender.

Bernardinho, uma pessoa de sucesso, defensor do mérito, bom gestor de equipe, tem tudo para se mostrar uma alternativa viável a essa velha política. Acerta o Partido Novo em atrair alguém com esse perfil. Acerta o próprio Bernardinho ao migrar para um projeto mais liberal e sem os vícios do PSDB. O Brasil agradece tal parceria, que pode significar uma luz de esperança para o Rio.

Rodrigo Constantino

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