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Bolsonaro x editorial do GLOBO: ainda o tema do desarmamento
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Nenhuma dessas armas era de bandidos…

Sou um admirador dos editoriais do jornal O GLOBO, que têm atacado cada vez mais o lulopetismo e batido nos pontos certos contra o populismo bolivariano na América Latina. Mas, como muitos pensadores da social-democracia, os editoriais pecam, em minha opinião, quando o assunto é Obama, direitos de “minorias” ou desarmamento. Este último foi o tema de hoje, tendo como contraponto um excelente artigo do deputado Jair Bolsonaro. O “progressismo” do jornal ainda é evidente, e isso o afasta do bom senso (e dos fatos) nesses casos.

O editorial repete o mantra da esquerda de que certo apreço pela violência estaria por trás dos motivos daqueles que condenam o desarmamento civil, o que é uma grande besteira e uma desnecessária tentativa de se monopolizar as virtudes e os fins nobres (viver com menos violência). Também cita a queda imediata de indicadores de violência após o Estatuto do Desarmamento, ignorando que logo depois eles voltaram a piorar, como mostram os autores Bene Barbosa e Flavio Quintela em seu novo livro já resenhado aqui.

O artigo de Jair Bolsonaro, porém, derruba essas falácias do editorial e resgata a lógica na questão: quanto mais os bandidos sentirem que suas potenciais vítimas estarão indefesas e que suas penas serão brandas caso sejam presos, mais crimes irão praticar, e cada vez com mais violência. Adotar uma visão de que o editorial quer a paz e o deputado é um “ser beligerante” é fazer o jogo da esquerda desonesta, é trocar a razão por rótulos vazios. O que importa aqui são os argumentos lógicos e os fatos, e ambos estão do lado de Bolsonaro, que também não ignora o aspecto dos direitos básicos do cidadão:

Em nome da legítima defesa, a arma de fogo é um direito de todo cidadão. Quanto mais se restringe sua venda legal, mais aumenta a quantidade e a forma cruel dos crimes.

[…]

A política de direitos humanos, ao vender uma perfeição hipotética, na prática anestesia a população, inibindo-a de reagir a injustas agressões. Uma verdadeira lavagem cerebral faz o povo aderir à “cultura da paz”, como se a violência pudesse regredir com passeatas ou cruzes fincadas na Praia de Copacabana.

Os casos de execução seguidos de furtos se apresentam como uma nova realidade em nosso dia-a-dia. A certeza de encontrar uma vítima desarmada e a despreocupação de uma pena branda, que não será cumprida em sua totalidade, estimula o crescimento desse lucrativo “negócio”.

O atual Estatuto do Desarmamento, ao exigir “comprovada necessidade” para aquisição de arma, na verdade, pela sua discricionariedade, veta ao cidadão a sua posse.

[…]

Por ocasião do referendo, em 2005, o governo demonstrou a farsa do desarmamento quando o relator do Estatuto — deputado Luiz Eduardo Greenhalgh — se apresentou como advogado do líder do MST, José Rainha, detido em flagrante portando uma escopeta ilegal. Na prática, ficou caracterizado que o desarmamento somente seria aplicado aos outros, e não àqueles que levam o terror ao campo, bem como aos criminosos urbanos que continuam com armamento e poder de fogo muito superiores ao das nossas polícias.

[…]

Apesar das críticas e da pecha “bancada da bala”, entendemos que se exauriu a política de que o crime pode ser combatido com medidas que não sejam capazes de levar o medo ao agressor.

De acordo. Chamar aqueles deputados que representam a maioria da população brasileira de “bancada da bala” não vai adiantar. Tentar incutir na cabeça das pessoas a ideia de que ser contra o desarmamento é ser violento tampouco surtirá efeito. A população sofre no dia a dia os efeitos práticos dessa fantasia dos desarmamentistas, que recolheu ou proibiu as armas somente dos cidadãos de bem, subtraindo-lhes o direito básico de legítima defesa, enquanto os bandidos continuam por aí, livres, leves, soltos e muito bem armados.

Rodrigo Constantino

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