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Áudios vazados mostram o que muitos já sabiam: a paixão de Chico Pinheiro por Lula.
Áudios vazados mostram o que muitos já sabiam: a paixão de Chico Pinheiro por Lula.| Foto:

Quando Obama foi eleito com a ajuda das redes sociais, a mídia mainstream, quase toda de esquerda, vibrou com a vitalidade democrática alimentada pela internet. Os indivíduos tinham sido “empoderados” por tais ferramentas, e agora sim, poderiam eleger verdadeiros democratas preocupados com o povo, os pobres, a justiça social. Assim, ao menos, era a narrativa de quem se apaixonara por Obama antes mesmo de ele começar a governar.

Quando jovens rebeldes iniciaram a “Primavera Árabe”, o encanto com as redes sociais foi total, e o elo causal foi apontado de forma direta: graças ao Twitter, ao Facebook, agora os países árabes finalmente teriam lindas democracias inclusivas, mostrando como o Islã é compatível com nosso modelo ocidental de vida. Cheguei a escrever um texto resenhando ótimo livro sobre o assunto, à contramão da narrativa oficial e mostrando a ilusão da “democracia islâmica”, e fiz uma palestra no Fórum da Liberdade com um alerta cético também:

Mas os jornalistas não queriam saber de nada disso: estavam extasiados com as redes sociais colaborando para a construção do “mundo melhor”, mais “progressista”, mais “tolerante”, mais esquerdista. Até que Donald Trump venceu as eleições americanas. Aí tudo mudou. Aí a imprensa passou a só falar em “Fake News”, e as redes sociais, altamente “progressistas”, mas que acabam dando espaço para iniciativas à direita, tornaram-se as maiores inimigas da democracia. É porque a democracia só serve quando o resultado vai ao encontro do que os jornalistas de esquerda desejam.

O massacre ao Facebook tem sido diário agora. Eis o que diz o editorial do GLOBO de hoje, pouco depois de uma reportagem tratando o eleitor de Bolsonaro como um ser caricato, homem, jovem e de classe média, revoltado, tosco e sem informação*, e imediatamente antes de publicar textos de Dorrit Harazim contra Trump, Verissimo defendendo uma reforma agrária radical (defesa velada ao MST), Cacá Diegues defendendo o esquerdismo (como de praxe) e Chico Alencar, do PSOL, pregando o socialismo. É essa a “diversidade” do jornal que ataca as “fake news” das redes sociais e que tem Chico “Lula” Pinheiro como âncora do principal telejornal matinal:

O Facebook desviou-se do símbolo de inovação tecnológica e digital do Vale do Silício, responsável pela oxigenação da economia e pela mudança de hábitos em todo o mundo. Tornou-se uma rede que favorece a disseminação de fake news, campanhas de ódio e a manipulação de informações. Como tais dados estão à venda e são capazes de influenciar comportamentos e acirrar tendências, a atuação do Facebook resulta em um caso sem precedentes de ameaça à democracia.

Como não se trata de uma mídia do jornalismo profissional — que atua tangido por protocolos de checagens de informações e dando voz a todos os lados —, o Facebook e outras redes sociais similares são um campo aberto a todo tipo de manipulação a serviço de interesses particulares de grupos políticos, comerciais, ONGs, entre outros. Ou seja, uma verdadeira caixa-preta. A atuação de hackers russos nas eleições americanas é o exemplo mais gritante dessa ameaça. Torna-se, portanto, necessário impor algum tipo de regulação que proteja usuários e a sociedade como um todo.

Voz a todos os lados? Há controvérsias! Em que pese o viés esquerdista do Facebook – e ele é forte – alguém acha mesmo que há mais espaço para liberais e conservadores nos grandes jornais do que nas redes sociais? Sério? Talvez seja o caso do ladrão que grita “pega ladrão” para desviar a atenção de si mesmo. Sim, há muita porcaria nas redes sociais. Mas ninguém poderá negar o escancarado viés esquerdista, em seus 50 tons de vermelho, predominante na mídia mainstream. Ao menos não sem ruborizar. É a caixa-vermelha da mídia tradicional, que assusta ainda mais do que a caixa-preta do Facebook…

* Na tal reportagem, eis um trecho: “Há os de classe média antipetistas. Religiosos também têm aderido à candidatura de Bolsonaro por sua postura contrária ao casamento homoafetivo, ao aborto e à inclusão de temas relacionados à educação sexual e ao respeito à diversidade nas escolas, rotulado por eles como ‘ideologia de gênero'”. Rotulado por eles como “ideologia de gênero”, sendo que se trata, pelo visto, apenas de “educação sexual e respeito à diversidade”. Percebem o viés do jornalista? Só de chamar de “casamento homoafetivo” já deu bandeira, mas depois tirou a máscara de vez. No Facebook, ao menos, podemos expor esse viés, que o jornal adota como se fosse “imparcialidade” e “jornalismo sério”.

Rodrigo Constantino

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