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A carta-zumbi: Dilma tem alguma esperança de limpar seu nome na História?
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Ainda não comentei a patética carta de Dilma aos senadores e ao povo brasileiro, é verdade. Tenho evitado temas indigestos. Recomendação médica. Mas vamos lá enfrentar os ossos do ofício. Coragem, rapaz! Falta pouco para virarmos essa página e pense que você ficará livre para todo sempre de Dilma. Força, portanto!

O que a futura ex-presidente fez ali em sua missiva? Ora, o de sempre: bancou a vítima, fingiu que reconheceu alguns erros com uma simulada humildade (não diz quais, o que configura apenas retórica vazia) e propôs o impossível, promessas irreais as quais não controla, e que são até mesmo inconstitucionais, como um plebiscito para novas eleições.

Ou seja: o velho e surrado vitimismo dos petralhas, que o brasileiro não aguenta mais. Dilma sabe ser impossível reverter o impeachment. Logo, ela pensa apenas em limpar seu nome na História. Tarefa igualmente impossível. Ou por outra: quase impossível, pois nunca podemos subestimar a canalhice de nossos “historiadores”, os mesmos que transformaram os guerrilheiros comunistas da década de 1960 em heróis da democracia. Sim, Dilma também.

Logo, todo cuidado é pouco. Mas cá entre nós, que estamos vivendo esses dias no momento: o discurso de que Dilma foi vítima de um golpe só cola mesmo para completos imbecis ou gente sem um pingo de caráter. Qualquer pessoa razoável sabe das pedaladas, do abuso de poder, da corrupção etc. Talvez o problema seja mesmo a escassez de gente razoável no Brasil…

Mas vejam a coincidência: no dia em que Dilma soltou sua cartinha ridícula o ministro Teori Zavascki, do STF, autorizou abertura de inquérito para investigar Dilma e Lula por obstrução de Justiça. De um lado, palavras ao vento para impressionar os acéfalos do Foro de São Paulo e dos sindicatos; do outro, a ação do STF que demonstra a nítida compreensão de que Dilma agiu mesmo com o intuito de obstruir a Justiça, abusando de seu poder. E isso mesmo tendo de descartar as conversas de telefone divulgadas por Sergio Moro.

Enfim, o PT representa o atraso do Brasil, a mentalidade esquerdista jurássica, socialista, invejosa, tribal, que justifica a corrupção em nome da causa. Quase destruiu totalmente o país. Quase nos transformou numa Venezuela. Mas foi enxotado do poder pelas vias legais, constitucionais, democráticas. E é isso que essa gente não suporta. Por isso precisa da narrativa de “golpe”, que transforma os vilões em vítimas. Não vai colar dessa vez.

Como escreveu Gustavo Franco em sua página do Facebook sobre a atitude da “presidenta”: “Carta testamento de quinta categoria, escrita por personagem da série ‘Walking Dead’. Tinha que ter renunciado meses atrás”. Tinha. Teria poupado o país desse espetáculo lamentável e do agravamento da crise. Mas se tivesse agido assim, não seria Dilma, não seria o PT. Os zumbis nunca se dão conta de que já estão mortos…

Rodrigo Constantino

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