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Comunistas e radicais islâmicos: uma aliança profana
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A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), gravou um vídeo para a rede de TV Al Jazeera para denunciar o que chamou de prisão política do ex-presidente Lula e convidar “a todos e a todas” a se juntarem à luta em apoio ao petista. O vídeo, segundo o PT, foi veiculado nesta terça-feira (17) pela emissora árabe, que tem sede no Catar.

Na gravação, Gleisi diz que Lula é um grande amigo do mundo árabe e que em seu governo o comércio com a região se multiplicou. E afirma que o ex-presidente é vítima de uma “campanha de mentiras” da TV Globo, que estaria pressionando o Judiciário a não conceder liberdade ao petista. Segundo a senadora, a “maioria do povo brasileiro quer viver como nos tempos de Lula”, e “o objetivo da prisão ilegal é não permitir que Lula seja candidato”.

“Lula foi condenado por juízes parciais num processo ilegal. Não há nenhuma prova de culpa, apenas acusações falsas. A TV Globo, que domina a mídia no Brasil, fez uma campanha de mentiras contra Lula. A Globo está pressionando o Judiciário brasileiro a não conceder a liberdade a Lula, apesar de ela estar prevista na Constituição. Isso fere os direitos humanos e fere a democracia brasileira”, diz Gleisi. “A prisão de Lula é a continuidade do golpe que se iniciou em 2016, com a retirada da presidenta Dilma do governo. Ela não cometeu nenhum crime, assim como Lula também não cometeu. É um preso político. Ele é inocente.”

Em seguida, a senadora diz que “o governo golpista está retirando direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro e liquidando com o patrimônio nacional”, que as reservas de petróleo estão sendo entregues a multinacionais e que “a política externa passou a ser ditada pelo Departamento de Estado norte-americano”.

Muitos entenderam a mensagem de Gleisi como quase uma incitação à violência por parte de terroristas islâmicos. Que essa gente é podre e capaz de tudo não resta a menor dúvida. Petistas aceitariam até uma invasão islâmica se fosse para voltarem ao poder? Creio que sim. Gleisi, a “amante” na planilha de propinas da Odebrecht, colocaria até burca se fosse para livrar seu chefe da prisão? Possível. Afinal, todo petista é um inimigo da Pátria e da liberdade.

Mas não há novidade aqui, e por isso nem fico surpreso. Em Esquerda Caviar já tinha comentado sobre essa “aliança profana” entre esquerda e radicalismo islâmico, se for para atacar o capitalismo liberal e seu símbolo maior, a América. Tomei como base um livro de Horowitz, um dos maiores conhecedores da esquerda, pois veio de lá de dentro, sabe bem do que essa gente é capaz. Eis um trecho:

Em Unholy Alliance: Radical Islam And the American Left, David Horowitz mostra a nefasta simbiose entre elite esquerdista e radicais islâmicos. Assim como na Segunda Guerra, quando os comunistas americanos seguiam os interesses e ordens do regime soviético, e não de seu próprio país, a postura de boa parte da esquerda americana durante a Guerra do Iraque foi claramente antiamericana e pró-Islã.

Esses radicais esquerdistas compartilham com os radicais islâmicos do ódio ao capitalismo, ao livre mercado e à democracia ocidental, tudo representado pelo estilo de vida americano. O próprio Islã sofreu a influência marxista, como no caso de Sayyid Qutb, ligado à Irmandade Muçulmana e que iria, por sua vez, influenciar ditadores como Khomeini e grupos terroristas como a Al Qaeda.

A visão de oprimidos contra opressores, de revolução pela libertação desses oprimidos, e de que um paraíso é passível de conquista, limpando o mundo dos “pecados” capitalistas, acabou permitindo esse estranho casamento entre esquerda ocidental e radicalismo islâmico. Unidos por conveniência temporária, ambos reforçam o coro antiamericano e retratam os Estados Unidos como o Grande Satã. Isso ajuda a explicar a postura da esquerda diante da guerra do Iraque.

O próprio contexto da guerra foi totalmente ignorado. Ninguém lembrava que Saddam ignorara o acordo de inspeção firmado com a ONU, depois de brincar de “gato e rato” com os inspetores por sete anos. Hans Blix fora feito de idiota pelo ditador iraquiano, e era desmoralizante a inação da ONU. Pela própria resolução 1441, isso dava o direito de mobilização militar contra o Iraque.

Ademais, Saddam abrigara, em 1993, um dos terroristas responsáveis pelo ataque ao World Trade Center, e dava guarida para outros terroristas, como Abu Abbas e Abu Nidal. Saddam também financiava ataques suicidas pelo Oriente Médio e usou gás mostarda em civis indefesos. Poderia ter ou não armas de destruição em massa, informação desconhecida à época (até porque a ONU fora expulsa do país). Mas era temerário ignorar a ameaça que seu regime representava para uma América em guerra contra o terrorismo.

Como a esquerda, supostamente defensora da liberdade individual, foi capaz de pintar Saddam como vítima e Bush como agressor injusto? É preciso lembrar ainda que Bill Clinton, Democrata, já havia iniciado o processo de retirada de Saddam do poder. Ele assinara a autorização para que o país buscasse remover Saddam do poder, substituindo-o por um regime democrático, e tal medida contou com aprovação maciça do Congresso, incluindo a de seu Partido Democrata (157 a favor e 20 contra).

Clinton efetivamente iniciou a ação militar, ainda sob pressão pelo escândalo Monica Lewinsky, bombardeando intensamente, por quatro dias, instalações iraquianas na Operação Raposa do Deserto. Por sinal, Clinton também levou tropas americanas para o Kosovo, sem aprovação da ONU e até do Congresso, mas a esquerda não o condena como condena Bush. Al Gore foi outro Democrata que defendeu ir “até o limite” para desarmar Saddam.

Como ignorar todo esse cenário, todo esse contexto, apenas para criar a imagem de um cowboy beligerante com questões paternas mal resolvidas, que simplesmente resolve atacar de forma unilateral um governo inocente no Oriente Médio? Sem falar que Bush teve, além do maciço apoio do Congresso americano, o líder esquerdista Tony Blair, então primeiro-ministro britânico, e dezenas de outras nações formando uma coalisão.

Mas foi justamente o que fez a esquerda radical na época: colocou tudo como se fosse um ato isolado de um presidente maluco. Muitos apontaram os supostos interesses pelo petróleo também. Como vai a colonização americana no Iraque atualmente? Havia petróleo no Afeganistão por acaso? Perguntem, no entanto, se a esquerda está disposta a revisar suas teorias conspiratórias com base nos fatos?

Fatos: desde quando eles importam para um esquerdista? Gleisi não se importa de atentar contra o Brasil para avançar com sua narrativa podre sobre o “golpe”, ainda que isso possa ser entendido como um convite a algum atentado terrorista contra nossos juízes “golpistas”. Ela disse tais bobagens para um público muçulmano, não muito afeito à democracia. As amizades petistas mostram bem quem esses crápulas admiram. Ninguém pode ter dúvida de que o PT seria capaz de incendiar o país para se livrar da Justiça. Essa gente precisa ser expulsa da política o quanto antes!

Rodrigo Constantino

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