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Contra a hegemonia da esquerda, direita já!
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Em sua coluna de hoje na Folha, Reinaldo Azevedo bate em uma tecla que tenho martelado há anos também: a política brasileira não tem oposição, pois é refém de uma hegemonia de esquerda. Enquanto as pesquisas apontam um público eleitor ávido por bandeiras mais conservadoras ou liberais, tidas como de direita, todos os partidos insistem em uma luta para ver quem sai como o mais “progressista”.

Há uma bola quicando à espera de alguém para chutá-la. Quem vai atender a esta enorme demanda política reprimida? Quem vai negar com veemência essas propostas esquerdistas que sempre delegam mais poder ao estado? Quem vai canalizar o anseio popular pelo resgate de valores morais e tradicionais? Seguem alguns trechos do ótimo artigo, como de praxe:

Em todo o mundo democrático, pobre ou rico, partidos da direita democrática, mais conservadores ou menos, disputam o poder e são bem-sucedidos. Depois de algum tempo, perdem para os “progressistas”, que serão apeados mais adiante. A democracia não é finalista. Seu fim é uma economia dos meios. É modorrenta e fria. Política quente resulta em guilhotina, linchamento, suicídio, paredão ou condenação ao atraso eterno. A democracia é o regime dos homens aborrecidos. Também é coisa de velho. Por que nós a queremos? Para mantê-la.

O Brasil insiste em ser a exceção. A elite intelectual e a imprensa não sabem ou fingem não saber –pouco importa se é burrice ou má-fé– a diferença entre direita democrática e extrema direita. Sufocam o debate com sua ignorância bem-intencionada, com sua má-fé ignorante e, às vezes, até com seu humor iletrado.

Extrema-esquerda e esquerda divergem nos métodos, não na ambição de subordinar a sociedade a um ente de razão que, num primeiro momento, a domine e, depois, a substitua, pouco importando se pensam num partido ou num conselho de sábios. Já a extrema direita é o avesso da direita democrática; a diferença é de essência, não de grau, como já demonstrou Olavo de Carvalho. Isso é história, não opinião. Procurem os respectivos manifestos dos vários fascismos do século passado. Seu verdadeiro inimigo é o liberalismo, não o comunismo, no qual os fascistas sempre reconheceram o queixo de papai… “Direita”, no entanto, virou palavrão no Brasil. Na academia, o liberalismo é tratado como sinônimo de exclusão social.

E então? Qual partido representa a nossa direita democrática? Quem são os conservadores e os liberais na nossa política? Somos órfãos sem representatividade, eis o triste fato. Até quando? “Direita já! Em nome do futuro”.

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