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Defender o PT hoje é fazer apologia ao crime
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“Manifestantes” do MTST queimaram um boneco de palha do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, usando notas falsas de dólar. O que os capachos de Guilherme Boulos, o camarada de Dilma, querem mostrar com esse ato? Que condenam… a corrupção? Mas então por que não protestam contra o petrolão, liderado pelo próprio governo petista?

Todo aquele que usa de seletividade na hora de condenar a corrupção está sendo conivente com ela, é cúmplice de corruptos “do seu lado”. O cineasta José Padilha, em artigo publicado na Folha recentemente, tocou nessa questão ao dizer:

Quando uma democracia se torna extremamente corrupta, como aconteceu no Brasil, o melhor que os agentes sociais podem fazer é colocar suas divergências ideológicas temporariamente de lado e unir forças para punir exemplarmente quem corrompeu o país e o processo eleitoral.

Defender políticos sabidamente corruptos por questões ideológicas, –ou para não dar o braço a torcer– é trabalhar contra a democracia. Aqueles que não têm a grandeza de espírito para colocar a lisura do jogo democrático à frente das preferências ideológicas lutam pela escravidão pensando estar lutando pela liberdade.

Exatamente. Quem demonstra “revolta” seletiva com Cunha, enquanto ele ainda for uma ameaça ao governo Dilma, mas se cala diante de tudo de podre que já veio à tona envolvendo petistas, está agindo como canalha, está fazendo apologia ao crime mesmo quando finge combatê-lo.

Com que moral um defensor do PT vai atacar Cunha? O presidente da Câmara adotou uma estratégia inteligente de defesa sobre a acusação de mentira e quebra de decoro, ao alegar que não é mais dono das contas na Suíça pois é somente um beneficiário de um trust. Ora, malandragem pura, que fere o espírito da lei.

Pode acabar se dando mal, como Shylock na peça de Shakespeare, que tinha direito a um naco de carne de Antonio, mas não podia tirar nem uma gota de sangue dele. Os advogados de Cunha resolveram bancar o vilão de O Mercador de Veneza, mas essa “esperteza” toda só vinga mesmo num país em que o PT goza de salvo-conduto por parte da população.

O exemplo ruim, afinal, vem de cima. Se as mentiras e o cinismo de Lula passam, por que a mesma postura de Cunha não passaria? E quem não defende princípios isonômicos, então, acaba fortalecendo o crime e os espertalhões. Como Ricardo Noblat conclui em sua coluna de hoje:

Eduardo precisava construir uma narrativa capaz de servir de pretexto para ser absolvido por 12 dos 21 membros do Conselho de Ética. Acha que construiu a melhor narrativa possível, a que estava ao alcance da sua e da imaginação dos advogados que o cercam. E pronto. É isso aí.

No país dos absurdos, Eduardo aposta que se dará bem. Dilma espera livrar-se de qualquer castigo por ter gastado além do que podia. E Lula desfruta da condição de palestrante de empreiteiras – de lobista delas, não.

Declara que recebeu R$ 27 milhões em quatro anos. Um assombro! Ao dólar a 2,20 reais, valor médio do período, Lula ganhou o equivalente a 12 milhões, 271 mil dólares. Ou 3 milhões e 68 mil dólares/ano. Ou 255.681 dólares/mês. Ou 8.522,70 dólares/dia. Ou 355 dólares por hora, acordado ou dormindo.

Todo aquele que faz vista grossa ao discurso ridículo de Lula, portanto, é um cúmplice de Cunha, por mais que finja uma afetação puritana nas rodas de bar com os companheiros. Todos aqueles que postam textos condenando Cunha e nada falam sobre o PT e Lula não têm moral alguma para criticar corruptos, e são apenas partidários, seletivos no “combate” à corrupção.

Ou seja, o problema não é a corrupção, para eles, e sim quem roubou. Se foi um dos “seus”, se foi um camarada de esquerda, então está tudo bem. Mas se for alguém que incomoda essa esquerda, então queima-se seu boneco em praça pública, para demonstrar como a corrupção jamais será tolerada. É uma piada de mau gosto mesmo.

Rodrigo Constantino

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