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Desvalorização da moeda ajuda o país: mais um mito desenvolvimentista que cairá (novamente)
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Os desenvolvimentistas são aqueles que acham que podem manipular sintomas à vontade como solução para a doença, ou seja, são como “médicos” que acreditam que basta quebrar o termômetro para curar a febre do doente. Por isso costumam defender atrocidades como o governo marretar artificialmente a taxa de juros para baixo, ou então mexer na moeda para incentivar nossas exportações. Essa, aliás, tem sido a desculpa de muitos deles para a nossa crise: defenderam a “nova matriz macroeconômica” da Dilma, deu tudo errado, claro, e agora alegam que o câmbio estava valorizado demais. Eis o problema!

Vão quebrar a cara, uma vez mais. Cuidado com aquilo que desejam, diz o ditado, tão ignorado por esses economistas. Em primeiro lugar, vale lembrar que o então ministro Guido Mantega, para manter seu histórico de 100% de erro, avisou que iria quebrar a cara quem apostasse na alta do dólar. Isso era outubro de 2014, e a moeda americana valia algo como R$ 2,40. Bons tempos! Já eu, na mesma época, avisei que a vitória de Dilma iria levar o dólar para cima de R$ 3, e que era bom levar logo o filho para a Disney. Ficou claro quem estava certo.

Dólar em reais. Fonte: Bloomberg Dólar em reais. Fonte: Bloomberg

Mas agora que o câmbio disparou de vez, batendo quase nos R$ 3,50 e, segundo analistas, podendo ir logo para R$ 3,70, vamos poder julgar o prognóstico dos desenvolvimentistas que pediam uma desvalorização como instrumento de ajuda à economia. Eles acham que basta manipular o preço da moeda para o país ganhar “competitividade”, ignorando que não se muda os problemas estruturais num passe de mágica.

O Brasil não vai sair da crise graças à desvalorização do real. Isso vai ajudar alguns setores exportadores, claro, mas por outro lado vai gerar mais inflação (insumos importados) e punir a classe média. O que resolveria nossa crise são reformas liberais estruturais, que reduzissem o Custo Brasil de fato e, com isso, aumentassem nossa produtividade. Mas esse caminho dá muito trabalho e reduz o poder do governo de intervir na economia, tudo que os desenvolvimentistas mais abominam. Eles preferem atacar sintomas, nunca as causas.

O dólar deve mesmo chegar aos R$ 3,70 ainda esse ano. Mas isso não vai resolver nada. Mais uma falácia desenvolvimentista será exposta. O problema é que essa turma da Unicamp nunca aprende…

Rodrigo Constantino

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