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Donald Trump e o marketing político
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Por Jefferson Viana, publicado pelo Instituto Liberal

A página brasileira do jornal espanhol “El País” mostrou em artigo recente como o candidato republicano (GOP) a presidência dos Estados Unidos Donald Trump vem transformando a política do país. Mostrando como o empresário e apresentador de TV, marcado por suas excentricidades, acabou virando um dos líderes do GOP e candidato a presidência.

No início das prévias republicanas, ninguém colocava o nome de Trump como favorito. O favorito à época era o ex-governador da Flórida Jeb Bush. Bush tinha todo o cenário a favor no início, por uma série de fatores: seu pai, George Bush foi vice de Ronald Reagan entre 1981 e 1988 e posteriormente presidente do país entre 1989 e 1992, assim como seu irmão, George W. Bush, que governou o país de 2001 a 2008, assim se mantendo conectado com a linhagem do partido. Também pesava a favor de Jeb saber falar espanhol e ter um apelo forte entre o eleitorado latino, que vem se tornando cada vez mais um peso importante nas eleições americanas.

Havia outros candidatos com mais apelo que Trump: o neurocirurgião Ben Carson que tinha toda a história de vida pesando ao seu favor; o senador texano, Ted Cruz; o senador da Flórida, Marco Rubio; o governador de Ohio. John Kasick; o governador de New Jersey, Chris Christie; a empresária CarlyFiorina e o senador pelo estado de Kentucky, Rand Paul. Porém, Trump foi ganhando cada vez mais força por estar atento ao que o público eleitor quer ouvir.

Embora soe bem populista, Trump o faz buscando um público-alvo: o eleitor tradicional do Partido Republicano. Aquele que vê no empresário um candidato que dá suas opiniões sem medo da patrulha do politicamente correto. Por isso ele vem ganhando cada vez mais adeptos em sua campanha. O magnata tem o seu discurso afinado com a parcela da população que está irritada com as ações feitas pela gestão Obama–Biden, como a facilidade na entrada de imigrantes ilegais, os ataques constantes de Obama a Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos – aquela que trata do uso de armas por civis, os acordos pouco ortodoxos com países como o Irã e o combate pouco efetivo por parte dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico.

Trump, com essa maneira de trabalhar sua campanha, dá uma aula de marketing político e revoluciona o modo de fazer campanha. Agradando o eleitor tradicional da legenda e falando o que esses eleitores pensam, o magnata se tornou o candidato Republicano à Casa Branca, mesmo com muitas controvérsias. O marqueteiro político Chico Santa Rita, em parceria com a historiadora Fernanda Zuccaro, mostra no livro De como Aécio e Marina ajudaram a eleger Dilma a importância de se estar com bons assessores na área de marketing político. Santa Rita e Zuccaro exibem as falhas de marketing político, mesmo com um cenário favorável aos concorrentes de Dilma, acusando os golpes dados pela estratégia feita por João Santana, marqueteiro de Dilma durante a eleição de 2014.

Donald Trump tem sido um fenômeno de classe mundial. Mesmo levantando polêmicas, continua crescendo nas pesquisas, e após os atentados de domingo, tem todo um cenário a favor, porque a ineficiência da política democrata ficou exposta, mesmo com os ataques da mídia americana, tendenciosa à esquerda. Mesmo não sendo o melhor dos Republicanos, o empresário mostra como se deve fazer uma eleição: falar as coisas que o público quer ouvir sem ser populista.

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