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É dinheiro da “viúva” mesmo…
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Deu no G1: Prédio de R$ 2,3 milhões que nunca foi usado será demolido no litoral

Um prédio inaugurado há cinco anos e que custou R$ 2,3 milhões aos cofres públicos terá que ser demolido sem nunca ter sido usado em São Sebastião, no litoral norte do Estado. A demolição do Centro de Convenções, que fica na Praia Grande, foi acordada pelo Ministério Público que encontrou falhas na obra, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O inquérito civil movido pelo MP encontrou falhas técnicas na construção, corte irregular de morro e altura maior do que é permitido pela legislação. A demolição do prédio teria sido a alternativa mais viável para sanar os problemas. Entre os erros apontados estão junta de dilatação apresentando abertura irregular, fissuras, falhas de concretagem, ferragem exposta, viga da cobertura que cedeu e forro danificado por infiltrações.

O acordo com o MP ainda prevê que a administração municipal faça um novo Centro de Convenções e acione judicialmente os responsáveis pela construção irregular exigindo as reparações e indenizações devidas aos cofres públicos.

Tem coisas que só acontecem no setor público mesmo! Aqui no Rio, no bairro mais caro do país, foi construído o Shopping Leblon, que foi um show de arquitetura feito sobre as rochas, com complexo trabalho de engenharia. Custou uma fortuna. Mas era um grupo privado em busca do lucro. Por isso a coisa andou direito. Por isso ficou pronto. Os erros iriam doer no bolso dos mais interessados no projeto.

Já no setor público não é assim. Os governantes lidam com recursos de terceiros, da tal “viúva”, ou seja, de nós, pagadores de impostos. Se as obras não andarem a contento, melhor ainda! Mais tempo de obra, mais recursos para serem desviados. Os incentivos não são adequados.

Por isso não é de espantar que tenhamos tantos casos de descaso, corrupção, abandono, lentidão. É da natureza do governo não tratar com o mesmo esmero os recursos, pois somos nós quem pagamos a fatura, não eles. Nada mais perigoso do que concentrar recurso demais nas mãos de quem não vai pagar pelos erros se as coisas derem errado.

 

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