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Em defesa dos flanelinhas. Ou: O parquímetro tira empregos?
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A prefeitura carioca tem um agressivo projeto de modernização dos estacionamentos públicos do Rio, instalando sensores e dispensando o trabalho dos “flanelinhas”, os famosos guardadores cariocas, sempre muito solícitos e educados. Logo surgiu a preocupação “ludista”: e os empregos desses pobres coitados? Como fica isso?

Como presidente da ADEUS (Associação em Defesa dos Empregados Ultrapassados e Sucateados), venho manifestar meu total repúdio a esse avanço tecnológico. Tenho experiência no assunto, pois já presidi a ABPCO também (Associação Brasileira dos Produtores de Coisas Obsoletas), chegando a publicar uma petição protecionista em importante jornal do Estado.

O Brasil agora tem essa mania, de querer copiar as coisas dos Estados Unidos ou Europa, só porque funcionam lá. Quem disse que funcionariam aqui também? É preciso priorizar o emprego ultrapassado, ora! Por exemplo: onde já se viu colocar aqueles sistemas modernos nos elevadores, onde no térreo cada um já digita o andar que deseja ir e o próprio sistema organiza eficientemente cada um dos elevadores? O que fariam os ascensoristas?

O mesmo vale para frentistas dos postos de gasolina. Nos países desenvolvidos, cada um abastece o próprio carro, sem a necessidade de alguém cuja função é retirar a mangueira da bomba e colocar no tanque do carro. Onde já se viu abrir mão de uma função tão importante e elaborada? O que vai fazer este funcionário?

O avanço tecnológico condena ao desemprego muita gente. Por isso Hong Kong e Taiwan vivem imersos no caos social do elevado desemprego, enquanto os países africanos não precisam passar por esse transtorno. Se não tivessem inventado o carro, pensem em quantos produtores de carroças ainda teriam seus empregos intactos!

Abaixo a tecnologia! Viva o ludismo! Vamos dizer não aos parquímetros e preservar o fundamental emprego de flanelinha. Não consigo compreender como os americanos vivem sem esses guardadores civilizados…

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