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Falso moralismo
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Dilma vaiada

Por João Luiz Mauad, publicado no Instituto Liberal

Muito oportuno o comentário do Constantino sobre alguns analistas que, vestindo o manto do moralismo barato e da falsa pudicícia, resolveram criticar a torcida brasileira que, no jogo de ontem, por diversas vezes, vaiou a presidente da república e cantou o velho refrão “ei, Dilma, vai tomar caju!”.

Constantino falou especificamente de um jornalista da Rádio CBN, mas não foram poucos os jornalistas esportivos que, na ESPN e no SporTV, em programas pós jogo, também criticaram a torcida pelo tratamento dado à presidente da república.  Destaque-se que, sugestivamente, muitos deles, sem conseguir disfarçar o petismo entranhado nas veias, referiam-se à presidente da república como “presidenta”.

A maioria daqueles críticos defendeu que o cargo ora ocupado por dona Dilma merece, no mínimo, respeito protocolar.  Outros tantos, demonstrando um machismo bizarro, mencionavam o fato de a presidente ser mulher.

Como assim?  Se fosse homem, tudo bem?  Ora, senhores, aquele refrão ecoa pelos estádios de futebol brasileiros desde priscas eras, normalmente cantado em homenagem ao juiz, mas muito utilizado também para homenagear técnicos, jogadores, bandeirinhas ou dirigentes.  Definitivamente, quem não quer escutar coisas do tipo não deve freqüentar estádios de futebol.

Ademais, o fato de Dilma ser uma mulher não altera nada.  Basta pensar que, apesar de pertencer ao dito “sexo frágil”, trata-se da pessoa mais poderosa do país atualmente.  Muito mais poderosa que qualquer homem.  Por outro lado, se olharem com cuidado as imagens, constatarão que boa parte dos xingamentos partiu justamente de mulheres.

Querem defender sua presidente?  Nada contra.  Todos somos livres para emitir as opiniões que quisermos e bem entendermos.  Mas, por favor, defendam seu partido e sua ideologia às claras, sem se utilizar de subterfúgios e falsos moralismos para criticar quem pensa diferente.

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