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Depois de o PSDB protocolar na Procuradoria-Geral Eleitoral uma representação em que pede a extinção do PT, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em defesa do partido da presidente Dilma Rousseff.

“O PT representa parcelas da opinião brasileira e, como tal, melhor que continue ativo, que se livre das mazelas que o acometem e que o PSDB se prepare para vencer dele nas urnas”, afirmou à Folha, em entrevista por e-mail, neste domingo (24).

Embora diga que não haveria razão para ser consultado sobre a ação, já que não faz parte da “hierarquia formal de mando do PSDB”, o ex-presidente afirmou que, se consultado, “diria ser mais apropriado deixar que os procuradores cuidem desse tema”.

“O PSDB já fez o que lhe cabe: uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral sobre o uso de recursos ilícitos na campanha de 2014. Da resposta afirmativa a essa investigação pode até mesmo caber nulidade de registro partidário. Se a lei assim dispuser, nada a fazer, senão cumpri-la.”

Não é a primeira vez que FHC faz isso. Pusilanimidade? Estratégia das tesouras? Acho que a explicação é mais prosaica: Fernando Henrique admira o PT, mesmo depois de tanto apanhar dele. Seu lado socialista, ainda que fabiano, “civilizado”, nunca desapareceu. O homem ficou feliz de ver Lula chegar ao Planalto! O sociólogo marxista vibra com o “homem do povo” no poder, no fundo.

Representar uma parcela da população não quer dizer absolutamente nada! Ora, nazistas representam uma parcela do povo. Comunistas representam uma parcela do povo. E nem por isso vamos defender partidos que atentam diretamente contra a própria democracia, não é mesmo?

O PT se mostrou uma quadrilha disfarçada de partido político, enaltecendo como “heróis” bandidos que assaltaram os cofres públicos, que tomaram de assalto o estado. Não há como contemporizar com essa gente, que, aliás, demoniza o próprio FHC. Em países sérios, o partido teria o registro cancelado mesmo. E uma oposição de verdade lutaria por isso.

FHC já deu o que tinha que dar. Como presidente, foi razoável, conseguiu algumas conquistas importantes, plantou as sementes de tantas mazelas que se seguiram com o PT. Como ex-presidente, teve postura de estadista muitas vezes, mantendo-se afastado das disputas diretas, mas pregou bandeiras esquerdistas ou, no mínimo, secundárias, como legalização de drogas.

E acabou, quando foi para se meter mesmo, enfiando os pés pela cabeça. Em 2005, foi uma das vozes contrárias ao esforço de impeachment de Lula por conta do mensalão. Deu no que deu: o Brasil afundou, quebrou! E tivemos, claro, o petrolão. FHC não aprendeu a lição. Seu lado de sociólogo socialista ainda é predominante. É uma mancha em seu currículo. Uma mancha que nem Plano Real, privatizações e Lei de Responsabilidade Fiscal conseguem apagar. Lamentável…

Rodrigo Constantino

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