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AFP PHOTO / CHRISTOPHE ARCHAMBAULT
AFP PHOTO / CHRISTOPHE ARCHAMBAULT| Foto:

Sindicatos voltaram nesta quinta-feira, 15, a levar dezenas de milhares de pessoas às ruas da França contra a reforma do mercado de trabalho proposta pelo governo de François Hollande e aprovada em julho pelo Parlamento. O objetivo do movimento foi tentar impedir a regulamentação da lei. 

Mobilizações foram realizadas em 110 cidades do país e tiveram participação de pelo menos 78 mil pessoas, segundo as autoridades. Em Paris, houve enfrentamentos entre forças de ordem e grupos de black blocs, com 62 pessoas detidas.

O protesto de hoje foi mais uma vez realizado por uma frente de seis sindicatos profissionais e estudantis da França, que desde março se mobilizam contra a flexibilização das relações entre patrões e empregados. O texto homologado no dia 8 de agosto por Hollande facilita as demissões e transfere aos referendos de trabalhadores de uma empresa o poder de decisão que antes cabia aos acordos coletivos das categorias. 

A legislação provocou a ira de partidos, sindicatos e movimentos à esquerda do Partido Socialista (PS), o maior da base do governo. […]

A passeata deveria partir da Praça da Bastilha em direção à Praça da República, mas logo no início da marcha centenas de black blocs passaram a enfrentar a tropa de choque que acompanhava o cortejo – um coquetel molotov foi lançado em direção a um grupo de policiais, explodindo aos pés de um agente. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo. Segundo o Ministério do Interior, cinco policiais ficaram feridos. Em todo o país, 62 pessoas foram detidas.

Pobre França: quando não são os islâmicos fundamentalistas, são os sindicalistas a tocar o terror no país. Mas não é nada ao acaso. Ao contrário: essa desgraça vem sendo plantada há décadas pela esquerda. A França talvez seja o país europeu mais socialista, e o atual governante é um socialista!

Mas mesmo Hollande precisou recuar de seu socialismo nefasto e aprovar algumas reformas necessárias, pois um dia a conta do populismo chega. E aí vem a esquerda organizada impedir, lutar pela manutenção dos privilégios sindicais, dos esquemas de corrupção dessa turma que fala em nome dos trabalhadores, mas só pensa em si mesma: a elite sindical.

A decadência francesa é visível. Pode até ser uma decadance avec elegance, pois Paris ainda é um charme. Mas cada vez mais a tendência é virar um caos, pois tanta incompetência ideológica não pode ficar impune. A França representa o ápice do pensamento elitista e dirigista da esquerda, uma espécie de socialismo light. Mas ele não funciona.

Os franceses precisam mudar. Não só de governo, mas principalmente de mentalidade, de cultura. Devem abandonar o anticapitalismo, o antiamericanismo infantil, e compreender que a riqueza não atura desaforo. Avô rico, filho nobre, neto pobre. A França já parece estar entre o filho nobre e o neto pobre.

Com a insistência nesse sindicalismo dirigista, será questão de (pouco) tempo até empobrecer de vez. E sob a invasão islâmica alimentada pelo multiculturalismo de esquerda, o que é pior.

Rodrigo Constantino

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