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Gustavo Franco: falta governança!
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Em sua coluna de hoje, Gustavo Franco chama a atenção para algo fundamental em uma economia de mercado, que tem sido ignorado constantemente pelo governo Dilma: a governança. Diz ele:

Nada pode ser mais assustador aos agentes privados que um governo despreocupado com a boa governança, pois o assunto aqui tem tudo que ver com a letra do contrato. Ao falsear a contabilidade pública, a meta de inflação, o preço da gasolina, a conta de luz, o governo falta com a palavra empenhada, pois compromissos de governo publicamente assumidos são como contratos. Ao escrever 4,5% como meta para o IPCA e praticar 6,5%, ou ao fazer deduções da meta de superavit primário, as autoridades quebram contratos que elas mesmas propuseram.

A alegação da presidente sobre respeito aos contratos, feita em tom agressivo em Nova York meses atrás, e prestes a ser repetida em Davos, infelizmente não estará convincentemente apoiada em ações de governo.

Infelizmente, a presidente Dilma e sua equipe pensam que podem enganar os investidores e o mercado apenas no gogó, com discursos bonitinhos, mas sem respaldo nos fatos e ações. Não podem. Todos estão de olho no que é feito na prática, de concreto. E, nesse quesito, o governo atual peca muito.

Um exemplo dado por Gustavo Franco é a Petrobras, a estatal que vem sendo destruída pela má gestão petista:

Tome-se o exemplo da Petrobrás, empresa de controle estatal listada em bolsa com muitos sócios minoritários, nacionais e estrangeiros. O controlador decidiu introduzir um novo sistema para explorar o petróleo do pré-sal, de vezo excessivamente nacionalista, por conseguinte muito caro, e do que resultou um salto nos gastos de investimento da companhia de US$ 10.6 bilhões em 2005 para US$ 43,4 bilhões em 2010.

Diante dessas necessidades foi feito um aumento de capital, que a União não integralizou propriamente em dinheiro, mas usando os direitos a petróleo que estaria disponível no futuro. Adicionalmente, como os preços dos produtos vendidos foram mantidos em níveis defasados, por causa do interesse do controlador em evitar a aceleração da inflação, a companhia viu-se em dificuldades financeiras. Seu endividamento foi de US$ 46 bilhões ao final de 2006 para US$ 115 bilhões em 2010 e US$ 250 bilhões em 2013.

Em consequência, o valor de mercado da empresa caiu de US$ 200 bilhões no começo de 2010 para US$ 90 bilhões ao final de 2013.

São US$ 110 bilhões de riqueza destruída por um nacionalismo tolo combinado ao velho populismo tarifário e embrulhado em uma contabilidade feita por quem acredita na função social da matemática. O resultado é algo que se pode descrever como dilapidação do patrimônio público.

Provavelmente nada disso irá mudar no próximo ano, que é eleitoral. Resta, então, perguntar: e o povo brasileiro, não deseja mudança? Se deseja, só um caminho: mudar o governo, votar em quem dê mais valor à boa governança, à transparência, ao respeito aos contratos.

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