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Imigração é um tema que desperta muitas emoções. Do lado das teorias abstratas, temos teses lindas, sobre a importância dos imigrantes para a economia local, a importância humanitária de abrigar refugiados em busca de segurança, e um romantismo de quem canta “Imagine” como se todos pudéssemos formar um imenso cordão de mãos dadas e abraçar a paz sob um só céu universal. É realmente algo que comove. Mas aí vem a realidade…

E nem sempre a realidade cabe dentro das teorias abstratas. As fronteiras escancaradas não necessariamente significam livre tráfego de gente trabalhadora e respeitadora das leis, e mesmo que esses sejam a maioria entre os imigrantes, um fluxo grande demais pode gerar inúmeros desafios locais. Tem sido assim em tudo que é cidade que recebe muito imigrante de uma só vez. No Brasil, o caso de Roraima chama a atenção, e por isso sua governadora quer fechar as fronteiras com a Venezuela:

O governo de Roraima protocolou, nesta sexta-feira, uma ação civil no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de tutela provisória para que a fronteira do Brasil com a Venezuela seja fechada por prazo determinado, impedindo a entrada de imigrantes no estado. A ação pede ainda recursos adicionais para suprir os custos especialmente de saúde e educação com os imigrantes. A relatora da ação no STF será a ministra Rosa Weber.

A governadora do estado, Suely Campos (PP), argumenta que a crise no país vizinho provocou “uma verdadeira explosão no fluxo migratório”. Segundo a prefeitura de Boa Vista, 40 mil venezuelanos moram na capital e já representam mais de 10% da população da cidade, que hoje é de 330 mil pessoas. A Polícia Federal calcula que cerca de 800 imigrantes cruzam diariamente a fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em busca de melhores condições de vida.

Na ação, o governo de Roraima associa a imigração em massa de venezuelanos ao aumento da violência e a problemas de saúde pública no estado, como o reaparecimento de doenças como o sarampo, com 59 casos registrados, e tuberculose. Somente este ano, os venezuelanos teriam cometido 82 crimes, frente a sete praticados em 2012, “o que é estarrecedor”, segundo o documento. Além disso, segundo a Polícia Civil local, os homicídios em fevereiro e março de 2018 no estado chegaram a 44, frente a 24 no mesmo período de 2017.

O documento ressalta que teria ocorrido um “aumento considerável de apreensões de armas”. Assim, “convém enfatizar que o descontrole nas fronteiras tem oportunizado a prática de inúmeros crimes internacionais de tráfico de drogas e armas, inclusive com a participação de membros de facções criminosas conhecidas pelo estado brasileiro”. Segundo o governo de Roraima, criminosos venezuelanos passaram a estabelecer relações com facções brasileiras.

O governo de Roraima faz também duras críticas ao governo federal, que “indevidamente não exerce de maneira efetiva suas competências constitucionais”, gerando “ônus insuportável” a Roraima.

O socialismo destruiu a Venezuela, com o apoio do PT e do PSOL, e agora vários venezuelanos, desesperados, tentam ir para Roraima, entre outros destinos, em busca de alguma liberdade e mais oportunidades (sim, o socialismo é tão ruim que transforma Roraima num paraíso). Receber essa gente parece a coisa certa a se fazer do ponto de vista humanitário. E liberais sempre poderão puxar da cartilha teórica teses que “comprovam” os benefícios dessa imigração. Mas na prática…

Na prática vem de tudo, inclusive marginais, e gente demais para a infraestrutura local absorver. O resultado é o caos, o aumento de violência, a explosão de mendigos, a escalada dos gastos públicos para tentar manter a ordem ou ajudar os que chegam. Quem sente mais o calo apertar é sempre a população local, e por isso a governadora do estado se mexeu, sentindo a pressão de seus eleitores, enquanto o governo federal, mais distante, rejeita soluções drásticas, como fechar as fronteiras.

Agora imaginem isso acrescentando um agravante: em vez de um povo fugindo do socialismo, o que aumenta as chances de ser uma gente que tem algum apreço pela liberdade, ser um povo adepto do Islã, que demanda a submissão do indivíduo, não separa estado de religião e ainda quer impor sua lei própria, a sharia, que parece incompatível com os valores mais básicos ocidentais. Imaginou? Pois é: estamos falando da Europa. Entendeu agora o fortalecimento dos partidos de “extrema-direita” que pregam o nacionalismo xenófobo?

Rodrigo Constantino

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