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Investir no Brasil é como participar de um filme de terror
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Em artigo publicado hoje no GLOBO, o diretor do Instituto Liberal João Luiz Mauad tenta explicar para a presidente Dilma aquilo que ela confessou não saber: o por que de nossa economia não conseguir crescer direito. Como administrador de empresas há 30 anos, Mauad oferece humildemente sua experiência de combate no dia a dia para elucidar a incompreensão da presidente:

Para começar, esqueça um pouco os agregados macroeconômicos e concentre-se no ambiente econômico que os investidores precisam enfrentar. Dê uma olhada, por exemplo, num relatório divulgado anualmente pelo Banco Mundial, chamado “doing business“. Esse estudo minucioso é baseado na análise quantitativa e qualitativa de dez diferentes aspectos ligados ao ambiente institucional de negócios em centenas de países, com destaque para a burocracia envolvida na abertura e fechamento de empresas, licenciamentos governamentais, contratação de mão-de-obra — principalmente os encargos relacionados à admissão e demissão de pessoal —, registros de propriedade, acesso ao crédito, segurança jurídica dos empreendedores, pagamento de impostos, facilidades (dificuldades) de comércio com o exterior e respeito aos contratos. No relatório de 2014, o Brasil ocupa a 116ª posição geral, entre 189 países.

Para abrir um novo negócio por aqui são necessários, em média, 13 procedimentos burocráticos, que podem levar até 107 dias para cumprir. Para obter as 15 diferentes licenças para erguer um prédio ode-se levar até 400 dias. Quanto aos tributos, além de arcar com um peso de impostos que consomem perto de 70% dos lucros, as empresas precisam de, no mínimo, 2.600 horas anuais para lidar com as obrigações acessórias exigidas pelo fisco.

Esses são, naturalmente, apenas alguns exemplos, a ponta do iceberg. A analogia feita pelo autor é com um filme de terror, “em que fantasmas e vorazes monstros estão sempre à espreita, ansiosos para abocanhar a maior parte dos lucros e prontos a opor obstáculos no caminho dos empreendedores”.

Se o empresário não goza dos privilégios do governo, como empréstimos subsidiados do BNDES, obras superfaturadas ou barreiras protecionistas para impedir a livre concorrência, então é realmente tarefa hercúlea investir por aqui.

Mauad focou nos aspectos estruturais, que explicam nossos constantes voos de galinha. Faltou, porém, talvez pela falta de espaço, destacar os aspectos conjunturais. Se tudo isso é verdade e a vida de um empresário brasileiro é repleta de obstáculos criados pelo governo, o fato é que tudo isso piorou muito durante a gestão de Dilma.

O grau de intervencionismo estatal na economia se elevou bastante, produzindo ainda mais incertezas. A política macroeconômica saiu dos eixos, deixando a inflação se acelerar e as contas públicas se deteriorarem muito. A arrogância somada à incompetência da equipe econômica desenvolvimentista acabou gerando um quadro de extrema aversão ao risco por parte dos investidores.

Portanto, se normalmente já é um filme de terror a vida dos empresários brasileiros, sob a gestão de Dilma os monstros se viram com o caminho totalmente livre para atormentar nos mínimos detalhes cada investidor. Dilma conseguiu pegar um quadro ruim e piorá-lo muito. Vivemos, hoje, num filme de terror tosco, categoria D, daqueles que até o Jason e o Freddy Krueger sentiriam medo (ou vergonha)!

Rodrigo Constantino

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