• Carregando...
Islamofobia é um termo inventado por quem defende a sharia, diz escritora perseguida pelo Islã
| Foto:

O livro Infiel é um relato corajoso que deveria ser lido por todos que desejam compreender melhor o Islã. Sua autora, Ayaan Hirsi Ali, vive hoje ameaçada de morte pelos intolerantes, incapazes de conviver com a crítica. Em entrevista ao GLOBO, a autora, que lançou livro novo, fala sobre o fundamentalismo da religião em que foi criada e da importância de uma mudança de atitude, não só dos próprios muçulmanos, como dos ocidentais. Seguem alguns trechos:

Não acho que as coisas melhoraram. O que melhorou é que há mais ativismo de mulheres. No Afeganistão, há mulheres lutando pelos seus direitos e contra a sharia (lei islâmica). Na Arábia Saudita, há mulheres lutando pelo direito de dirigir. No Egito, contra abuso sexual. Acredito que o ativismo que estamos vendo agora é em resposta ao fato de que as mulheres estão se comprometendo e desafiando o radicalismo do Islã no Oriente Médio e em alguns países. Em 1960, as mulheres nos países muçulmanos tinham problemas, mas os governos e as sociedades estavam mudando e se modernizando. Há uma involução dos direitos das mulheres. Quando há ascensão do Islã radical, os direitos das mulheres são completamente violados.

[…]

Somos ensinados que violência por causa de Alá é obrigação. Se você ler o material de segurança e de propaganda do Estado Islâmico, o que se vê constantemente são referências ao profeta Maomé e ao Alcorão. Quando se pergunta sobre violência, os extremistas dizem que não estão inventando essas coisas. Que o profeta fazia o mesmo. Ele também decapitou, ele também escravizou mulheres. Eles argumentam que estão fazendo justamento o que o profeta ordenou.

[…]

No livro “Herege”, a senhora defende a necessidade de uma reforma no Islã. Quais são os principais pontos?

O primeiro é atitude. Muitos muçulmanos acham que têm de agir exatamente como está escrito no Alcorão e seguindo os passos de Maomé. A reverência incondicional ao profeta e ao livro é um problema. O segundo é a narrativa da vida após a morte. O Islã é obcecado com a ideia de se preparar para a morte. A morte é o objetivo. Outra mudança seria na sharia, que regula absolutamente tudo no mundo islâmico. Por último, a jihad, que significa guerra santa, deveria ser substituída por guerra de paz.

[…]

O que a senhora diria às pessoas que a acusam de islamofobia?

Há organizações e líderes muçulmanos que sustentam que o Islã não é o problema. O termo (“islamofobia”) foi fabricado para calar qualquer discussão ou crítica ao Islã. Foi criado por quem quer promover a ideia da sharia.

Como os governos locais e a comunidade internacional podem combater o extremismo?

Podem fazer isso encorajando a reforma, ajudando as organizações que propõem mudanças, confrontando a ideologia radical e propagando a narrativa da vida, da vida antes da morte, na Terra, em vez de vida após a morte.

Já comentei aqui sobre as mutilações genitais praticadas no Islã e a vergonhosa postura da esquerda politicamente correta, que endossa o multiculturalismo acima de tudo, por covardia e desprezo ao Ocidente, civilização que mais fez pelas minorias. Enquanto a esquerda ocidental insistir em rebater todas as críticas ao Islã como fruto da tal “islamofobia” e passar a mão na cabeça de bárbaros para detonar o próprio Ocidente, esse avanço islâmico continuará, e uma reforma iluminista ficará cada vez mais distante do Islã.

Essa complacência ou conivência da esquerda, aliás, é o que tem permitido a islamização ocidental bem no seio da Europa, como retratado no livro de ficção de Michel Houellebecq, Submissão, resenhado por mim aqui. As feministas que se julgam corajosas porque cospem ou jogam água na cara de padres idosos deveriam estar lá, nos países islâmicos, lutando pela verdadeira libertação feminina, já alcançada há décadas no Ocidente que elas tanto “odeiam”.

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]