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Mais de 40% dos eleitores serão influenciados diretamente pelas redes sociais
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Tive acesso a um estudo da Bites sobre a influência das redes sociais nas eleições, que pode ajudar a entender melhor a coordenação do establishment nessa tentativa de censura ao que chamam de “fake news” ou “discurso de ódio” (tudo aquilo que não estiver de acordo com a cartilha esquerdista). Segundo esse estudo, 43,4% dos eleitores brasileiros serão influenciados pelas redes sociais, e quase 60% dos entrevistados pretendem acompanhar as publicações dos seus candidatos no Facebook, YouTube, Instagram e Twitter.

“Junto com a TV, a Internet terá um protagonismo relevante na formação da opinião do eleitor na próxima eleição”, afirma Manoel Fernandes, diretor da Bites. “Em relação a 2014 será uma campanha mais curta, com 66% dos eleitores conectados à Internet, o orçamento ficará muito abaixo do que foi gasto em anos anteriores, além da permissão dada pelo Tribunal Superior Eleitoral aos candidatos para impulsionar seus conteúdos nas redes sociais.”

A plataforma preferida é o Facebook (58,5%), seguida do Youtube (13,2%), Instagram (11,5%), Twitter (8,9%), WhatsApp (4,8%) e Linkedin (3,2%). Na escala de 1 (desconfio totalmente) a 5 (confio totalmente), 38,9% se colocaram no grau 3 quando o assunto é o debate de ideias políticas no universo digital. “Apesar de tratarem com muita cautela a informação vinda das redes sociais, essa campanha vai abrigar grande parte do debate no ambiente digital.”, diz Maurício Moura, diretor da IdeiaBigdata.

Como fica claro, as redes sociais pesam cada vez mais na busca por informação e opinião, e o establishment, acostumado com sua hegemonia na mídia mainstream, acaba receoso de que esse novo instrumento saia de seu controle e possa furar o bloqueio predominante. É óbvio que os poderosos iriam reagir. Daí essa conversa toda de “checagem de fatos” e combate às “fake news”.

Há uma entrevista hoje no GLOBO com o cientista social francês Romain Badouard que chama a atenção pelo contraste com a típica mensagem de cientistas sociais franceses, quase todos de esquerda, num jornal com claro viés de esquerda: ele sai em defesa da liberdade da internet, alertando para o perigo do combate às “fake news” pelo governo:

Qual é o papel da internet nos movimentos sociais na França?

A internet pode ter muitos papéis na mobilização, permitindo a coordenação das pessoas que não são politizadas, que se reúnam para criar movimentos grandes. É a principal alavanca de poder da internet. Outra coisa importante é tudo que tem a ver com mídia alternativa e a possibilidade de compartilhar informações que não se veem em outras mídias. 

Há um lado negativo na internet?

Na história da internet, sempre a vimos como um instrumento a serviço da democracia. Hoje, temos a tendência de vê-la quase como um inimigo da democracia. De fato, há vários problemas na internet. Os usuários estão sendo vigiados. Há as fake news, os discursos de ódio, de racismo, as teorias da conspiração. Isso cria um ambiente de debate muito conflituoso. Mas o principal problema da rede, hoje, é que as pessoas estão em suas bolhas e não entram em contato com as ideias dos outros.

Como o governo francês combate as fake news?

O governo francês vai apresentar uma lei contra elas, mas que é perigosa, porque vai permitir que os juízes e as próprias redes sociais censurem a informação que circula nelas. O principal interesse das redes deve ser permitir que todo mundo se expresse e evitar a censura.

Suas respostas mostram como a luta pela Internet Livre não é de esquerda ou de direita, mas de todos aqueles que pretendem preservar um ambiente aberto de debates. Claro, hoje há forte viés de esquerda na mídia, então é natural que os “revolucionários” sejam paradoxalmente os direitistas, tentando furar esse bloqueio.

Mas quem quer que seja movido por princípios e não apenas interesses de curto prazo, e que valorize o debate e a liberdade, reconhecendo a falibilidade humana e a necessidade de trocas constantes entre os diferentes, deverá lutar contra essa censura velada nas redes sociais. Elas se tornaram importantes politicamente, e por isso mesmo os políticos tradicionais tentarão impedir seu livre funcionamento. Cabe a todos nós, defensores da liberdade, resistir a esta investida do establishment.

Rodrigo Constantino

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