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McDonald’s reage à pressão por salário mínimo maior com automação e self-service
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Tão previsível. Tão elementar, para aqueles que entendem o básico de economia. Tão evidente, para quem não deixa o romantismo superar a razão. Os sindicatos fizeram intensa pressão por um salário mínimo de $15 a hora, e qual a reação do McDonald’s e demais cadeias de restaurante? Investir em automação e self-service, claro! Coisa que em países de primeiro mundo, em sociedades da confiança, são absolutamente viáveis. Veja esse artigo de Ed Rensi, ex-CEO da McDonald’s, publicado na Forbes:

As the labor union-backed Fight for $15 begins yet another nationwide strike on November 29, I have a simple message for the protest organizers and the reporters covering them: I told you so.

It brings me no joy to write these words. The push for a $15 starter wage has negatively impacted the career prospects of employees who were just getting started in the workforce while extinguishing the businesses that employed them. I wish it were not so. But it’s important to document these consequences, lest policymakers elsewhere decide that the $15 movement is worth embracing.

[…]

It’s not just McDonald’s that has embraced job-replacing technology. Numerous restaurant chains (both quick service and full service) have looked to computer tablets as a solution for rising labor costs that won’t adversely impact the customer’s experience. Eatsa, a fully-automated restaurant concept, now has five locations—all in cities or states that have embraced a $15 minimum wage. And in a scene stolen from The Jetsons, the Starship delivery robot is now navigating the streets of San Francisco with groceries and other consumer goods. The company’s founder pointed to a rising minimum wage as a key factor driving the growth of his automated delivery business.

Of course, not all businesses have the capital necessary to shift from full-service to self-service. And that brings me to my next correct prediction–that a $15 minimum wage would force many small businesses to lay off staff, seek less-costly locations, or close altogether.

Ou seja, enquanto os sindicatos pressionavam pelo aumento dos salários, sem ligação alguma com a produtividade ou a realidade do mercado, as empresas se mexiam para preservar a viabilidade de seus negócios, seus lucros, e investiram mais em tecnologia. Agora haverá menos empregos, uma consequência óbvia do encarecimento de seu custo. Pessoas – e empresas – reagem a incentivos.

Quem mais perde com isso? Os trabalhadores menos produtivos e, portanto, mais jovens e/ou pobres, lógico. Aquele garoto que queria entrar no mercado de trabalho fritando hambúrguer, para ir aprendendo, ganhar seu dinheirinho nessa fase inicial da juventude, dificilmente conseguirá emprego agora. O estado e os sindicatos não deixam, pois exigem, com as “melhores intenções”, que o patrão pague mais do que estaria disposto, do que o mercado permite.

O mais pobre, que também aceitaria esse emprego por, digamos, $12 a hora, muito melhor do que nada ou do que viver de esmolas estatais, o que fere a dignidade de qualquer pessoa minimamente digna, ficará de fora da grade de contratações a partir de agora também. Em seu lugar, uma máquina com touchscreen para que o próprio consumidor faça o pedido, pague e saia de lá com seu lanche.

O capitalismo não é fantástico? Antes que os mais afoitos – e ignorantes – reclamem que é dele a responsabilidade pela destruição desses empregos, é importante notar que a história da revolução industrial é a história da substituição de empregos piores por melhores, de ganhos gerais de produtividade, que permitiram o enriquecimento de muitos e o maior conforto de todos.

Mas se a automação é vantajosa, vale lembrar que ela foi estimulada justamente pelos sindicatos em conluio com o governo, que desprezaram as leis básicas da economia para sonhar com o poder mágico da canetada. E, conforme explica o autor, são os maiores grupos, capitalizados, que conseguem investir mais em tecnologia, enquanto os negócios pequenos sofrem de forma desproporcional os custos dessas medidas. Não podendo mais arcar com o valor do salário mínimo, só lhes resta demitir.

Como explicar conceitos tão elementares de economia aos esquerdistas? Eu tento. Eu tento. Preparei até um curso online sobre as “Bases da Economia”, que tem um módulo sobre trabalho que detalha minuciosamente a lógica do que foi dito acima. Mas pergunto: adianta? Quando o sujeito não quer aprender, para preservar suas fantasias infantis, há solução?

E o que fazem os esquerdistas diante dessa situação que ajudaram a criar? Atacam o McDonald’s, depredam suas instalações como forma de “protesto”, prejudicando seus milhões de consumidores e empregados. Deveriam atacar os sindicatos, isso sim…

Rodrigo Constantino

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