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Mulher-Maravilha não serve como símbolo de “empoderamento” feminino da ONU pois é muito peituda!
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“A inveja é a paixão que vê com maligno desgosto a superioridade dos que realmente têm direito a toda a superioridade que possuem.” (Adam Smith)

A batalha da Mulher-Maravilha na Organização das Nações Unidas (ONU) por igualdade de gênero acabou precocemente.

Apontada há quase dois meses como embaixadora honorária da ONU para o empoderamento de mulheres e meninas, a super-heroína das histórias em quadrinho foi cortada do cargo nesta terça-feira (13) após a indicação ter sido recebida negativamente.

Os críticos da nomeação da Mulher-Maravilha dizem ser preocupante o fato de o organismo ter escolhido uma personagem “explicitamente sexualizada” para representar uma campanha pela prevenção da violência de gênero.

“Embora os criadores da Mulher-Maravilha possam ter buscado representar uma ‘guerreira’ forte e independente com uma mensagem feminista, a realidade é que a representação atual da personagem é de uma mulher branca, de seios grandes, com proporções impossíveis”, afirma uma petição online assinada por quase 45 mil pessoas.

Para o mundo que quero descer! Estamos vivendo em tempos muito estranhos, ridículos, patéticos. Um resultado de décadas de feminismo radical, de “marcha das minorias oprimidas”, de “revolução das vítimas”, de ditadura do politicamente correto. Gente chata, recalcada e rancorosa descobriu seu poder numérico e pretende intimidar todos até que aceitem seus padrões “igualitários”. É a tirania dos losers!

Há até quem se recuse a falar a palavra “loser”. Não pode. É “ofensiva”. Todos precisam ser vencedores. Todos são especiais. Todos são campeões. Só há um pequeno problema nisso: se todos são vencedores, então ninguém é. Algo que serve para descrever a totalidade do conjunto não diz absolutamente nada de relevante. É como dizer: somos todos seres humanos. Ok, isso já sabemos. Mas a separação, a discriminação com base nas categorias diferentes é fundamental, e é isso que está sob ataque pelos “igualitários”.

As feministas se mostram cada vez mais odientas. Elas não suportam as belas mulheres, e também adorariam destruir o homem. São movidas pelo ódio, pela inveja, tudo mascarado como “justiça social” e “igualdade”. Falam em “empoderar” as mulheres (argh!), mas no fundo querem é impor um padrão único baseado nas piores, nas mais feias, nas recalcadas. Pondé, em sua coluna desta segunda, espetou com ironia essa turma patética ao reconhecer a força da beleza feminina:

E se a beleza for uma forma de desigualdade social que deve ser combatida em nome da justiça? Sem dúvida ela é, uma vez que poucas nascem belas. Claro, com dinheiro, compra-se uma razoável dose de beleza, e, por isso mesmo, muitos poderão considerar, quem sabe um dia, que ser feia é a única forma de garantia de igualdade social plena. Um mundo de feias seria seguramente um mundo sem guerras? Apesar do que pensavam Górgias (484 a.C.-376 a.C.) e Protágoras (490 a.C.-415 a.C.), Helena foi uma grande causa para a destruição de Troia.

Se ficarmos ainda na Grécia antiga, entenderemos que Ulisses, em seu retorno a Ítaca após a guerra de Troia, se fez amarrar no mastro do seu navio enquanto seus homens taparam os ouvidos com cera porque queria ouvir e ver a beleza mortal das musas e sereias. Isso quer dizer que homens normais preferiam passar a vida indiferentes a fim de jamais encontrar a beleza em carne e osso?

[…]

Seria verdade aquilo que se fala por aí? Que mulheres bonitas são caçadas a pauladas no mundo corporativo? Sendo este um fragmento perfeito do mundo, a distopia perfeita da realidade, provavelmente sim. No mundo real, desconfia-se da mulher bonita. Seu sucesso sempre será atribuído à facilidade com que seduz homens de poder. Da universidade ao tribunal, a beleza será sempre objeto de desconfiança.

A beleza deixa o coração em brasa na mesma medida em que congela o olhar. O simples modo como submete aquele que a enxerga já deveria ser o suficiente para combatê-la em nome da paz.

Segundo Camus (1913-1960), um fio de cabelo de uma mulher vale mais do que a metafísica. Pelo menos nisso Platão estava, sim, errado.

A Mulher-Maravilha é linda, corajosa, forte e luta pela paz, contra as pessoas ruins. Mas isso não basta mais como ícone do feminismo. Ela é, afinal, muito bela, ostenta seios fartos e convidativos, lábios sedutores, cabelos estonteantes e tez clara. Que horror! Assim, ela vai apenas despertar a inveja de uma multidão, que se sentirá “ofendida” com tamanha superioridade (esquecendo que se trata de uma personagem de ficção, uma heroína). E sabemos que ninguém mais pode se sentir “ofendido” nos dias de hoje. Ninguém pode se deparar com sua real inferioridade. É preciso buscar a igualdade plena.

A “justiça facial” vem aí, como na distopia do escritor inglês L. P. Hartley. A novela se passa no futuro, depois de uma Terceira Guerra Mundial, e as pessoas eram divididas de acordo com o grau de aparência. A meta era obter uma igualdade facial, pois a igualdade material não era suficiente para acabar com a inveja: alguns sempre terão algo que os outros não têm e invejam. Havia um Ministério da Igualdade Facial, e a extirpação dos rostos tipo Alfa, os mais belos, não bastava, pois os rostos tipo Beta ainda estavam em patamar superior aos do tipo Gama. Enquanto todos não tivessem a mesma aparência, não haveria justiça. Ninguém poderia ser “desprivilegiado facialmente”.

Eis o sonho das feministas raivosas. Eis o pesadelo de qualquer ser humano decente, que preza as individualidades e as diferenças entre nós.

PS: Um amigo meu fez a pergunta mais relevante: “A ONU vai pedir que ela use burca como símbolo do empoderamento feminino?”. É só o que falta mesmo…

Rodrigo Constantino

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