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“Não me arrependo de nada, mas todos nós evoluímos”, diz Bolsonaro
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Acredito que essa frase, dita pelo pré-candidato Jair Bolsonaro, resume bem o teor de sua entrevista no Canal Livre este fim de semana. Os jornalistas tentaram colocar o deputado contra a parede com base em declarações antigas, de duas décadas ou mais atrás, mas Bolsonaro se saiu bem, mostrou maior serenidade, contextualizou o que disse como desabafos em momentos delicados, e justificou porque deve ser considerado diferente dos demais pré-candidatos.

Usar falas bem antigas para cobrar respostas e coerência de alguém que pretende ser presidente é legítimo, e não acho que admirador algum de Bolsonaro deveria sentir raiva disso. Esse deve ser o papel do jornalismo mesmo. O problema não é apertarem Bolsonaro, e sim só apertarem Bolsonaro! Ou seja, não cobram a mesma postura dos demais, não exigem conhecimento sobre economia dos outros, não resgatam suas falas de décadas atrás para expor seu radicalismo.

É esse duplo padrão da mídia que muita gente nota e rejeita. Bolsanaro já disse muita besteira mesmo, no calor do momento, e tem um passado nada liberal, o que gera uma desconfiança legítima quanto a essa recente aproximação (que pode, porém, ser absolutamente real). Mas o povo não é trouxa e percebe que só Bolsonaro é massacrado dessa forma pelos jornalistas, enquanto os comunistas são poupados. Vejam a entrevista:

Num país que ainda tem tantos comunistas em destaque, na imprensa, na política e até com chance de regressar ao poder federal, parece estranha a obsessão de todos contra Bolsonaro, como se ele fosse a grande ameaça, não Lula, não o PT, não suas linhas-auxiliares. Vejam, por exemplo, o que Lula disse, com seu tradicional escárnio, em evento do PCdoB (sim, comunista):

— Tem gente que reclama e fala que sou de extrema esquerda, que o Bolsonaro é de extrema direita e diz que o Brasil precisa encontrar um meio-termo. Que a Manuela seja esse caminho do meio.

A Manuela é, claro, a D’Ávila, defensora do comunismo, da Venezuela, de Cuba. O “caminho do meio” para o fanfarrão Lula! O PT defende oficialmente o comunismo, mas a preocupação da mídia é com Bolsonaro: faz sentido? Isso não comprova o viés ideológico de esquerda dessa mesma imprensa?

É justamente essa torcida da mídia pela esquerda que leva tanta gente para o lado de Bolsonaro. E quando os típicos formadores de opinião tratam esses eleitores como “deploráveis”, como fascistas alienados, isso gera mais revolta ainda, e coloca mais gente do lado dele.

“Quantas mulheres você pretende ter em seu ministério?”, perguntou o apresentador da entrevista. Pegadinha lamentável para tentar pintar Bolsonaro como machista. Mas faz sentido essa pergunta? Ela já não denota o coletivismo tosco e a adesão ao politicamente correto dessa turma? A única resposta razoável seria: não vou filtrar meu ministério com base no sexo ou na raça, e sim na competência. Foi mais ou menos o que disse Bolsonaro, para espanto da elite na bolha, e para os aplausos de quem tem bom senso.

Essa entrevista mostra um Bolsonaro mais calmo, mas ainda firme na defesa de seus valores, que são, em boa parte, aqueles da população em geral. Os jornalistas tentam colocá-lo contra os gays, por exemplo, mas Bolsonaro se sai bem: não quer é o governo e os educadores estimulando o comportamento homossexual, o que pode soar terrível para a bolha, mas é música para os ouvidos da multidão.

Enfim, vão tentar bater mais e mais em Bolsonaro, como jamais bateram em Lula. Mas, de fato, Bolsonaro tem se mostrado como massa de pão: quanto mais apanha, mais cresce!

Rodrigo Constantino

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