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Ninja estatal
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Deu no GLOBO: Ninjas querem verba oficial para sobreviver

A reunião patinava, sem que os presentes se entendessem sobre o uso ou não de recursos públicos, até que um homem barbudo, de blusa molhada, interrompeu o recinto para anunciar:

—Invadimos a Câmara Municipal! Uma explosão de vivas e aplausos tirou o terceiro encontro da Mídia Ninja (de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) no campus da UFRJ, na Praia Vermelha, da encruzilhada do impasse.

A novidade, ao ser anunciada na primeira pessoa do plural, seria um escândalo em qualquer redação. Mais ou menos como se um repórter de Política soltasse um “ganhamos a eleição” ou o colega de Esportes festejasse um gol com algo como “vencemos o clássico”. Para os ninjas, porém, não há campo neutro. O movimento que saiu às ruas do país, registrando as manifestações de protesto com transmissões ao vivo, de celulares com acesso 3G (internet de alta velocidade), não esconde seu lado:

— Fazemos uma cobertura ao vivo, em tempo real, chapa quente. Nossos atos de jornalismo são multifacetados, parciais, com impressões e avaliações de cada um — sintetiza Pablo Capilé.

[…]

Na noite da reunião, o fundador do “Fora do Eixo” (rede que organiza festivais de música independente em 200 cidades brasileiras) usava um agasalho da seleção da Tunísia, onde as redes sociais deflagaram, há dois anos, a Primavera Árabe. Ironicamente, Capilé tem sido, nos últimos dias, vítima da plataforma que o projetou: nas redes sociais, circulam fotos suas na companhia do ex-ministro José Dirceu e da hoje ministra da Cultura, Marta Suplicy, além de uma entrevista em que o presidente do PT, Rui Falcão, o classifica de militante do partido. As imagens, somadas ao financiamento que o “Fora do Eixo” recebeu da Petrobras, lançaram dúvidas sobre os objetivos do grupo.

— Tenho fotos minhas ao lado de vários políticos, incluindo o Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente), a Marina Silva (ex-ministra do Meio Ambiente) e o Marcelo Freixo (deputado do PSOL). Mas só mostram essas, que foram retiradas da minha conta no Facebook. Se eu entendesse isso como problema, não teria colocado lá. Além do mais, respeito a trajetória do Dirceu — explica-se, ao garantir que não é instrumentalizado pelo PT.

Só tenho uma coisa a dizer: quem respeita a trajetória do líder estudantil que desejava instaurar no Brasil uma ditadura comunista nos moldes cubanos, e que depois virou chefe de quadrilha no mensalão segundo o próprio STF, não terá jamais minha confiança. Esses ninjas nascem na esquerda, agem para a esquerda, e isso não é jornalismo sério nem aqui, nem na China!

Se esse Capilé, que ostenta uma bandeira do MST em foto disponível na internet, recebe ou não um “capilé” de Dirceu, com o perdão do trocadilho, eu não sei dizer, pois seria leviano de minha parte. Mas que a afinidade ideológica do rapaz está bem clara, isso não resta dúvida. Enquanto o PT não consegue “democratizar” a imprensa, leia-se controlar cada veículo no estilo bolivariano, resta ir de Ninja mesmo. Quem não tem cão, caça como gato…

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