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O alto custo do ensino gratuito
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O resultado do Enem colocou as escolas particulares no topo das melhores cariocas. Uma matéria do GLOBO de hoje mostra o custo elevado desse ensino de elite:

A lista das escolas cariocas com as melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 assusta. Entre as dez primeiras do ranking, nove têm mensalidades acima de R$ 2 mil. A exceção é a nona colocada, a Escola Sesc de Ensino Médio, um projeto do Serviço Social do Comércio (Sesc), na qual o ensino é gratuito. No Colégio São Bento, que ocupa o topo da relação, os pais dos alunos do 3º ano do ensino médio terão que desembolsar R$ 2.807 por mês em 2014. Há instituições ainda mais caras, que não têm bom desempenho no exame — e parecem não dar muita importância a isso —, como a Escola Britânica, nas quais as mensalidades giram em torno de R$ 4,5 mil. Por trás destas pequenas fortunas, justificam os diretores dos colégios, estão instalações de alto nível, equipamentos de ponta, atividades extracurriculares, carga horária pesada e, principal ponto em comum entre elas, professores com remuneração acima da média.

Pagar bons salários e investir em tecnologia também faz a diferença: 

No São Bento, onde os alunos estudam em período integral (das 7h30m às 16h30m), com aulas de francês, inglês, espanhol, história da arte e música erudita, os professores do 3º ano ganham R$ 70 por hora de aula. A rede pH, que tem duas filiais entre as 20 escolas no Estado do Rio com as melhores notas no Enem — e mensalidades de até R$ 3 mil para estudantes da última série —, paga R$ 65 ao educador. Ou seja, se ele trabalha 40 horas semanais, recebe mais de R$ 10 mil mensais. São valores praticados por outras escolas deste universo e considerados altos no ensino médio. Para se ter ideia, professores da rede estadual do Rio ganham R$ 16,65 por hora de aula.

— Pagar bem a nossos professores é fundamental, porque mostra que reconhecemos a competência deles e garante a manutenção de uma equipe com os melhores profissionais — explica a supervisora pedagógica do São Bento, Maria Elisa Penna Firme Pedrosa.

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A infraestrutura escolar também eleva os preços da educação nestas instituições privadas. As salas de aula no ensino médio do Santo Agostinho têm projetores e recursos multimídia com acesso à internet, para uso dos professores. Há laboratórios de física, química e biologia, além de informática. Com mensalidades de até R$ 2.304 e conhecido na cidade pelo ensino “puxado”, o colégio não tem proposta pedagógica baseada na preparação para o Enem, garantem seus coordenadores. Mesmo assim, suas duas unidades (Leblon e Novo Leblon, na Barra) estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares no ranking do exame no Rio. De acordo com o coordenador de ensino médio, Evaldo José Palatinsk, 50% dos professores têm mestrado. A escola cuida para que seus docentes debatam semanalmente a atuação em sala de aula e aperfeiçoem a relação com os alunos.

Sim, não resta dúvidas de que uma boa escola custará mais. É preciso atrair os melhores professores, oferecer boas instalações e investir em tecnologia. Dito isso, o Santo Agostinho, onde estudei minha vida toda, não chega a ser uma Brastemp em termos de tecnologia; a tradição e o rigor na cobrança aos alunos é que se destacam mesmo.

A reportagem mostra que o ensino de elite vem com um preço. Quem pode duvidar? Mas como nos ensinava Bastiat, ainda no século 19, precisamos sempre focar naquilo que não se vê. Ou seja, se o ensino das melhores escolas é caro por um lado, o que dizer do ensino “gratuito” oferecido pelo estado?

Quando levamos em conta o custo de oportunidade, vemos que esse ensino é muito mais caro! Afinal, quanto custa ter alunos em escolas com “professores” que só se preocupam com política, doutrinação ideológica ou greves? Quanto custa manter alunos que após vários anos sequer aprenderam a ler ou calcular direito?

Para considerar esse custo de oportunidade total, outros fatores ainda precisam ser levados em conta. Por exemplo, uma escola municipal do Rio possui enorme terreno na praia de Ipanema! Algumas centenas de alunos estudam ali, em uma propriedade avaliada em milhões de dólares! Quanto custa para o governo manter essa escola, levando-se em conta a alternativa de vender tal terreno?

Ou seja, se o governo vendesse por vários milhões tal propriedade, poderia pagar ao menos uns R$ 6 mil por aluno, em vale-educação! Falta um estudo mais aprofundado sobre esse custo de oportunidade das escolas públicas no país. Quando pensamos por esta ótica, será que a mensalidade das melhores escolas particulares é tão cara assim? Ou será que não é muito mais caro o ensino “gratuito” ofertado pelo estado?

Educação é importante demais para ficar nas mãos do estado. Nem todos terão como pagar pelas melhores escolas. Mas sem dúvida muito mais gente teria acesso a escolas melhores se o governo se retirasse do setor como fornecedor de ensino, e em troca apenas oferecesse voucher para que os alunos mais carentes pudessem frequentar escolas particulares de melhor nível.

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