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O começo do fim da dominação progressista?
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Bruce Thornton, jornalista e membro do David Horowitz Freedom Center, publicou um texto no Frontpage Magazine aventando a possibilidade de estarmos vendo o começo do fim da dominação “progressista” na cultura americana. Ele apresenta alguns indícios para sua tese, como veremos. Logo de cara, afirma:

Por mais de quarenta anos, a esquerda remodelou com sucesso a cultura americana. Os costumes sociais e as políticas governamentais sobre sexualidade, casamento, sexos, relações raciais, moralidade e ética mudaram radicalmente. A sabedoria coletiva da raça humana que chamamos tradição foi marginalizada ou descartada completamente. O papel da religião na vida pública foi reduzido a uma preferência privada. E a política tem sido cada vez mais impulsionada pelos pressupostos do progressismo: o internacionalismo privilegiado sobre o nacionalismo, a centralização do poder sobre a sua dispersão no federalismo, a tecnocracia elitista sobre o republicanismo democrático, “ciências humanas” sobre o senso comum e clientes dependentes sobre cidadãos autônomos.

Os sintomas em si parecem estar acima de quaisquer dúvidas: é inegável o shift de paradigma em poucas décadas, numa velocidade assustadora, e com o intuito deliberado de muitos ícones esquerdistas. Eles sabiam o que estavam fazendo. Não era uma “mão invisível” do mercado atuando, mas sim a mente consciente dos seguidores de Gramsi, Foucault, Derrida, Marcuse, Althusser.

O alvo era a América, a civilização ocidental, as tradições, a família, o cristianismo. E a revolução cultural foi claramente bem-sucedida, do ponto de vista daqueles que queriam enfraquecer ou destruir todos esses pilares de nossa cultura. Mas a vitória de Trump, e principalmente a reação da esquerda “progressista” a ela, mostram que essa hegemonia pode estar chegando ao fim, segundo Thornton. Ele argumenta:

Os dois mandatos de Barack Obama pareciam ser a confirmação de coroação da vitória da esquerda. Apesar da retórica de campanha “sem estado azul, sem estado vermelho”, ele governou como o presidente mais esquerdista e ineficaz da história. Os déficits explodiram, os impostos foram aumentados, novos “direitos” criados e o governo expandiu-se muito além dos sonhos dos democratas de centro-esquerda. As identidades de casamento e sexo foram redefinidas. A narrativa do racismo branco permanente foi endossada e promovida. Os americanos de mentalidade tradicional foram ridicularizados como “ressentidos apegados a armas e religião”. Hollywood e Silicon Valley tornaram-se árbitros culturais e propagandistas de esquerda ainda mais poderosos. E o internacionalismo cosmopolita foi privilegiado sobre o nacionalismo patriótico, enquanto o excepcionalismo americano foi reduzido a um irracional preconceito paroquial.

Mas haveria uma reação, claro. Era apenas natural. E com a escolha de alguém como Hillary Clinton para representar o lado esquerdista, o fosso entre discurso e prática ficou ainda maior, escancarando a hipocrisia dos “progressistas”, sua enorme incoerência, que não mais poderia ser ignorada. Os “deploráveis” eleitores de Trump se mostrariam em quantidade cada vez maior, desafiando esse establishment corrupto, autoritário e imoral.

Nas universidades, uma afetação cada vez mais patética criava “locais seguros” contra as “microagressões”, expondo uma elite jovem mimada e sem contato com o mundo real. Pessoas normais observavam o fenômeno com espanto, vendo jovens privilegiados colocando seus desejos subjetivos como o centro do universo, atacando aqueles de quem discordam como se fossem monstros, calando na marra palestrantes conservadores. Deixaram transparecer, assim, todo o seu viés autoritário, enquanto falavam em nome da “diversidade” e da “tolerância”. Os eleitores não são cegos, e viram como os democratas incentivaram esse tipo de comportamento infantil e inaceitável.

No mundo do entretenimento foi ainda pior. As celebridades, com suas vidas disfuncionais, longe de representar qualquer referência moral, vestiam uma máscara para acusar em Trump aquilo que viam diante de um espelho. Os clichês desses “artistas”, defensores históricos de tudo que é pior na espécie humana, não passaram despercebidos do grande público também. E óbvio que não se pode deixar de fora a imprensa:

Quanto à mídia, seu hábito de substituição do jornalismo pelo ativismo político, desencadeado durante os anos de Obama, foi liberado de suas últimas restrições ao cobrir Trump. O contraste entre o “caso amoroso”, como Bernie Goldberg descreveu a cobertura da mídia de Obama, e a obsessiva tentativa de perseguir Trump despojou o último véu de objetividade da mídia. Eles foram expostos como bandos que não mais buscam a verdade, mas fabricam narrativas partidárias. O longo encobrimento do escândalo de Weinstein é uma confirmação adicional dos princípios amorais da mídia e da indignação seletiva. Com inúmeras alternativas ao ativismo da mídia tradicional agora disponíveis, a mídia que uma vez dominou o noticiário e comentários políticos agora está diminuindo de influência e atacando em fúria sua diminuição de prestígio e lucros.

O autor cita o caso dos jogadores negros da NFL, em que uma vez mais a elite, o establishment e a mídia mainstream estiveram do lado contrário do povo americano, revoltado com a atitude ingrata e antipatriótica dos ricos jogadores. O caso de Harvey Weinstein, produtor de Hollywood, figurão importante na cúpula do Partido Democrata, como amigo e doador de peso das campanhas, é outro mencionado. A reação de ícones “progressistas” como Jane Fonda e a própria Hillary Clinton expôs uma vez mais a canalhice dessa gente, e o público não deixou barato.

São sinais de que as coisas podem estar mudando, pois o grau de desconexão entre essa elite “progressista” e o povo que diz defender ficou grande demais. Mas é cedo para festejar, alerta Thornton:

Outros sinais sugerem que não devemos começar a comemorar. A demolição pelas esquerdas da ordem social e política americana atingiu profundamente nossas escolas, a cultura popular e as políticas públicas. Há 66 milhões de Millennials, a turma menos instruída da história americana, mergulhada na visão de mundo progressista desde o jardim de infância. Os clichês e mentiras transparentes dessa visão de mundo são uma segunda natureza para eles, sinais de sofisticação intelectual e superioridade de classe. Seus oráculos favoritos, Facebook, Google, Twitter e YouTube, estão se transformando em censores e manipuladores em nome dos progressistas. E estes Millennials estarão por aí por muito tempo, ao contrário dos Boomers envelhecidos, entre os quais estão a maioria dos últimos restos da América antiga.

Mais ameaçador, o estado de “direitos” de redistribuição progressista e os hábitos de dependência que promove são improváveis ​​de ser reformados, mesmo que a crescente dívida para financiar este Leviatã “mais amável e mais gentil” continue a nos levar a uma falência. A vasta riqueza e o conforto físico que os americanos desfrutam nos enganam ao pensar que todas essas patologias culturais e políticas são acessíveis, nada com que se preocupar, desde que as prateleiras da Costco estejam cheias, os vídeos de gatos continuem vindo no Facebook e YouTube, o novo desenho de super-herói do CGI esteja sendo exibido no Cineplex, e novos brinquedos do Vale do Silício continuem disponíveis. Podemos continuar desfrutando do nosso pão e circo e não pensar nos bárbaros e vândalos reunidos no horizonte.

Então, início do fim do regime cultural esquerdista, ou uma resistência transitória e condenada? Uma coisa é certa, temos algumas eleições nacionais vindo em 2018 e 2020, que responderão a essa pergunta.

Desfazer o estrago cultural desses “progressistas” não será tarefa fácil. Mais um motivo para que liberais se unam a conservadores de boa estirpe nessa empreitada. A alternativa é ver nossa civilização desmoronar de vez…

Rodrigo Constantino

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