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O fracasso da mentalidade anticapitalista
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Por Laírcia Vieira Lemos, publicado pelo Instituto Liberal

Nesses últimos dias a publicidade de uma universidade particular informou que ela havia ampliado, abrindo um novo campus em outra região do estado. Pensei sobre as possibilidades resultantes do crescimento desta empresa privada, minha mente borbulhou com as possíveis consequências.

A geração de empregos na nova região, a nova oferta de educação para aqueles que ali residem, o aumento do valor do contrato feitos com outras empresas que lhe prestam serviços, de profissionais de limpeza à escritórios de advocacia, da empresa de cobrança contratada à qualquer tipo de serviço que venha a contratar, ainda que temporariamente, como um contrato de empreitada para a construção do novo campus. Uma única palavra resumiu minhas ideias: prosperidade.

Já havia entendido essa possibilidade no estudo da teoria dos jogos. A teoria dos jogos consiste na análise matemática de qual possibilidade, dentre as que se tem, maximiza o ganho individual e como esse ganho reflete na sociedade como um todo. Ou seja, o ganho individual pode auxiliar no ganho social. Todavia, a mentalidade anticapitalista encrustada na mente da sociedade brasileira os impede de visualizar que o ganho privado repercute no ganho social.

Um exemplo de fácil análise é o caso do transporte público. Atualmente empresas participam da licitação que irá selecionar quais terão a concessão da prefeitura para fornecer linhas de transporte. Agora imagine se um cidadão comum, pai de família e desempregado, pudesse investir na compra de um automóvel grande e fornecer uma linha alternativa ou mesmo se uma grande empresa fornecesse este serviço sem a necessidade da concessão, vide Uber, fomentando o mercado de transporte público e instigando o surgimento de concorrentes que vissem rentabilidade no setor.

Os benefícios seriam incontáveis, tanto para a empresa com passagens mais baratas quanto para a empresa que cobrasse caro. Ao fornecer melhorias, traria mais acessibilidade para pessoas menos abastadas financeiramente a uma mobilidade urbana de melhor qualidade.

Na verdade, isso foi exatamente o que ocorreu com a Uber. O táxi, com a permissão da prefeitura, sem concorrência, cobrava preços altos e pré-fixados, inacessíveis ao homem médio. Isso, somado ao péssimo serviço, utilização de caminhos mais longos e engarrafados com escopo de aumentar o preço das viagens, que se tornavam mais longas, péssimo atendimento pessoal e inconveniências, fizeram surgir a necessidade de um serviço mais barato e de melhor qualidade.

A Uber vislumbrou no mercado essa necessidade e forneceu o serviço, fomentando o mercado de mobilidade urbana, ofertando preços mais acessíveis e fazendo surgir concorrentes, informais ou não. Pessoas que antes não tinha condições de custear uma corrida de táxi agora podem estipular o valor de uma corrida e, inclusive, se programar para solicitar o Uber quando precisar. O serviço é mais barato, mais rápido e melhor, vez que os motoristas podem ser avaliados pelos passageiros. A única coisa que impediu esse fornecimento antes foi a regulamentação do setor.

Infelizmente, a ideia de que a regulação é necessária se encontra enraizada na mente de muitos e isso antecede inclusive a liberdade. Antes mesmo de se permitir a liberdade de mercado, se opta pela regulamentação dele. Isto se reflete na economia do país que, fraca, não caminha, apenas cambaleia com grandes dificuldades, sem vislumbrar crescimento e a prosperidade já mencionada resultante do ganho individual da iniciativa privada.

Os anticapitalistas fomentam a ideia equivocada de atribuir ao sistema econômico que prosperou, tão somente em virtude de seu sucesso, a culpa de um caos que resultou da tentativa torta de a tudo controlar e regular. Apesar disso, fomentam o sistema que tanto criticam, pois o mesmo é, de fato, eficiente. Enquanto a ideia socialista nos remete ao fracasso a ideia libertária nos remete à prosperidade, individual e social.

Ao longo do tempo, esse pensamento anticapitalista reflete na péssima qualidade de vida das pessoas que vivem nessa sociedade. A sociedade anticapitalista torna-se inerte, ao crer cegamente que as mazelas econômicas são exclusivamente resultante de um sistema econômico, sem buscar entendê-lo, por sentir-se impotente. Assim, ao longo dos anos, essa sociedade sucumbe ao fracasso.

Sobre a autora: Laírcia Vieira Lemos é advogada com experiência em contencioso trabalhista – patronal e direito imobiliário, Pós-graduanda em Direito Processual Civil e Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

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