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O liberalismo precisa da autoestima para funcionar?
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Em um vídeo publicado pelo PSL, Gloria Alvarez afirma que, antes de o liberalismo convencer os latino-americanos pela razão de seus argumentos, deve conquistar seus corações por meio de um “empoderamento” do indivíduo. Ou seja, sem autoestima, minado desde cedo pela narrativa da vitimização, o latino-americano não estaria em condições de aceitar a ideia de que deve ser o dono de sua própria vida, assumir as rédeas de seu destino. Vejam:

Stephen Kanitz divulgou o vídeo em sua página do Facebook, comentando: “Marxismo É A Ideologia dos Incompetentes. Bela análise por que o liberalismo de Mises e Hayek não funcionaria no Brasil. Nenhum dos dois são psicólogos, e não sabem lidar com baixa auto estima de funcionários”.

Fica o ponto para reflexão: até que ponto os liberais serão capazes de avançar enquanto a mentalidade predominante no país for a do “coitadinho”, incutida na cabeça das crianças e dos jovens desde sempre? Será possível galgar degraus rumo à liberdade individual enquanto todos repetirem o discurso da vítima?

Estou convencido de que os liberais fracassaram no departamento de marketing. Sim, temos razão. Sim, as estatísticas comprovam que mais liberdade econômica gera mais progresso. Sim, nossas teorias são mais sólidas. Sim, há vastos exemplos concretos de como o liberalismo trouxe desenvolvimento, enquanto toda experiência socialista trouxe apenas miséria e escravidão.

Mas é uma visão elitista e arrogante aquela que atribui a todos um processo mental estritamente racional. Isso é fruto de uma ilusão iluminista. David Hume, filósofo escocês, já sabia que nossa razão pode ser escrava de nossas paixões. Por isso mesmo a guerra é, antes de tudo, cultural, no campo dos valores.

Romper com o ciclo vicioso de vitimismo é o primeiro passo que os liberais devem dar. Enquanto essa massa de “vítimas” insistir na postura fatalista, perdedora, encontrando gozo no “mimimi”, enaltecendo o pobrismo, adotando a visão marxista de que o rico é rico porque o pobre é pobre, não teremos a menor chance.

Por isso me dá nos nervos essas narrativas de atletas pobres que venceram (em vários casos graças à disciplina militar), e a mídia sensacionalista vai lá beber no pobrismo, falar de sua infância difícil etc. Claro, entendo o lado bom isso: mostrar justamente que é possível a superação aos obstáculos. Mas há, também, um gozo nesse pobrismo todo, nas vítimas do “sistema”, no “mimimi”. Não vemos o mesmo foco nos Estados Unidos, e podem apostar que muitos atletas também vieram de baixo.

Tenho dito e repito: a “marcha dos oprimidos”, a “revolução das vítimas”, é esse o grande inimigo da era moderna. Dediquei um capítulo inteiro do meu novo livro Brasileiro é Otário? – O Alto Custo da Nossa Malandragem a esse tema, que é da maior importância. Chega de coitadismo! Chega de mimimi! Chega de chororô! Essa cultura só serve para produzir uma legião de covardes amedrontados que vivem justificando seus fracassos, em vez de bater no peito e assumir as rédeas de seu futuro.

Rodrigo Constantino

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