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O pensamento unitário da esquerda radical. Ou: Um pequeno desafio ao "intelectual" Safatle
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Safatle e Lenin, mas não me peça para dizer qual é qual…

Um esquerdista radical erra até quando acerta. Foi o caso de Vladimir Lenin, ops!, Safatle (eu sempre os confundo) em sua coluna de hoje. O radical do PSOL atacou o “pensamento binário” no país, que enxerga tudo de forma simplista, reducionista. Esse mal existe, sem dúvida. As redes sociais o amplificaram, sem dúvida. Mas mesmo acertando, o socialista erra o alvo. Ele quer condenar “ambos os lados”, mas claro que seu verdadeiro objetivo é dissociar a esquerda radical de todas as suas experiências podres, e vender a ideia de que o Brasil não tem nada de bolivariano. Diz ele:

De fato, há algo de cômico em ter que ouvir cada vez mais frases como “Vá para Cuba” ou “Aqui não é a Coreia do Norte” todas as vezes que alguém defende políticas esquerdistas de combate à desigualdade social e de regulação econômica.

Não passa na cabeça destas pessoas que é possível ser radicalmente de esquerda e contrário, por exemplo, ao Estado degenerado que acabou sendo implantado em Cuba. Não, isso é muito complicado para alguém que, no fundo, só consegue pensar com as dicotomias mais primárias da Guerra Fria.

Ora, como se mandar um defensor de Cuba para Cuba fosse absurdo! Pergunto: por acaso não temos, ainda, um monte de idiotas úteis que defendem o regime dos irmãos Castro, que encontram “conquistas sociais” para enaltecer naquele inferno, que tecem loas ao sistema de saúde e à educação da ilha-presídio? Por acaso a própria presidente Dilma não afaga o decrépito ditador assassino Fidel Castro? Por acaso o PT, que está no poder, não é sócio da ditadura cubana no Foro de São Paulo?

Então, qual o absurdo de chamar comunistas de… comunistas? Safatle, safado, quer fingir que isso é paranoia de “reacionário” com pensamento binário, mas ignora que a ameaça bolivariana é real. Se ele se coloca contra o “Estado degenerado que acabou implantado em Cuba”, é melhor ele acordar para o fato de que vários esquerdistas ainda defendem o regime! Que seu colega do PSOL, Chico Alencar, outro dia defendeu até mesmo o regime soviético!

No mais, essa coisa de dissociar Cuba do socialismo, como se fosse uma degeneração, isso é tática pérfida também. “Deturparam Marx”, dizem os canalhas que pretendem inocentar seu guru dos resultados de sua ideologia. Então, já que Safatle pretende defender o radicalismo de esquerda, mas sem se associar aos regimes cubano, norte-coreano ou mesmo soviético, fica o pequeno desafio no ar, que seu colega Christian Dunker, outro dessa laia, pode ajudá-lo a responder: qual experiência radical de esquerda não levou ao mesmo resultado?

Será que eles podem responder essa simples pergunta? O que eles têm em mente quando pregam o socialismo, e não querem ser associados aos fracassos da Guerra Fria ou atuais, como a Venezuela? De fato, é muito complicado entender como alguém pode defender políticas esquerdistas radicais e não desejar, depois, ser associado aos regimes radicais de esquerda, todos iguais em seus resultados catastróficos. É o pensamento unitário do “intelectual” do PSOL: sempre o socialismo, não importa cada nova desgraça que ele produza!

Rodrigo Constantino

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