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O Rio quebrou! Ou: Dificuldade financeira do estado vai agravar quadro já caótico da segurança
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A queda de arrecadação em outubro acendeu a luz de alerta no governo estadual e ameaça desde o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos servidores até os repasses para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nos municípios do interior. A previsão de receita para o estado este ano era de R$ 82 bilhões. Mas, até o mês passado, estava em R$ 49,7 bilhões — o equivalente a 60% do esperado. O resultado é consequência da redução nas principais fontes de receita. No ICMS, por exemplo, o recuo foi de 9% (descontada a inflação) nos dez primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2014. Já em relação aos royalties, a estimativa é que até dezembro a perda seja de 37%: segundo a secretaria estadual de Fazenda, o governo prevê contabilizar R$ 5,4 bilhões, contra um total de R$ 8,7 bilhões em 2014.

O estado começou o ano com um déficit de R$ 13 bilhões, que chegou a R$ 15 bilhões. Mas, com cortes de programas e receitas extras, a dívida hoje é de R$ 2,1 bilhões, considerando despesas com prestadores de serviços e compra de insumos, entre outros itens, que ainda não foram pagos. O levantamento é do gabinete do deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), membro da Comissão de Tributação da Alerj.

Para fechar as contas este ano e quitar as dívidas, a administração do governador Luiz Fernando Pezão tem lançado mão de uma série de medidas, como a aprovação do uso de R$ 6,8 bilhões do Fundo Judicial do Tribunal de Justiça e a venda do Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social (Fundes), que rendeu R$ 1 bilhão semana retrasada. O fundo reúne créditos de empresas, como Ambev e Peugeot, que receberam benefícios fiscais para se instalar no estado.

Sejamos francos e diretos: o Rio quebrou! O estado, muito dependente das receitas de petróleo, sofreu mais do que a média nacional com a crise econômica, em especial com a destruição da Petrobras pelo governo petista. A gestão do PMDB tem sido ruim também, populista, e os royalties de petróleo tinham sido hipotecados desde os tempos do casal Garotinho. Como uma cigarra irresponsável, o Rio achou que poderia cantar para sempre no verão petrolífero, e não se preparou para o inverno…

Outro fenômeno curioso foi a ascensão e queda de Eike Batista, muito atrelado ao estado. Seus bilhões fictícios serviram para inúmeros projetos no Rio, como a limpeza da Baía de Guanabara, a revitalização do Hotel Glória e da Marina, alguns milhões por ano para as UPPs etc. Eike tinha pés de barro, como eu mesmo cheguei a alertar, mas ninguém pode negar sua empolgação com o estado. Toda a sua ajuda minguou e seus investimentos evaporaram.

O Rio é mal administrado há décadas, é a capital nacional da esquerda caviar, o lugar em que o PSOL mais se assanha. Atores globais que “adoram” o socialismo de longe, “intelectuais” que defendem Cuba e Venezuela nas universidades, e muito, mas muito “malandro” para pouco otário: assim é a cara da “cidade maravilhosa”. Fica complicado atrair capital, garantir a segurança dos investidores e das pessoas, ainda mais quando bandidos são tratados como “vítimas da sociedade”.

O resultado está aí: um estado quase falido, sem dinheiro para pagar todos os servidores, e ainda tendo que fazer “investimentos culturais”, que no fundo servem para preservar as boquinhas dos artistas engajados. Enquanto isso, a violência segue seu rumo, fazendo novas vítimas. Todo dia nos jornais lemos alguns casos. Hoje mesmo temos algumas manchetes:

Lutador é baleado em tentativa de assalto no Recreio

Duas crianças são baleadas durante confronto na Mangueira

Assalto a ônibus no Centro termina com tiros e três mortos

Passageiro e assaltante são baleados em trem da SuperVia

Confronto entre PMs e suspeitos no Alemão termina com um morto

Isso só em um jornal, e tem mais. Estamos praticamente diante de uma guerra civil, mas o pior é a banalização disso tudo. O carioca passou a considerar normal esse tipo de coisa, parte de seu cotidiano. É um espanto!

Fico muito triste de ver isso acontecendo com o Rio, minha cidade natal, onde vivi por 38 anos antes de vir respirar ares mais civilizados na Flórida há 6 meses. Como deixamos as coisas chegarem a esse ponto? Por que o Rio vota tão mal? Por que a “alternativa” ao fisiológico PMDB é, para muitos, o socialista Freixo? Por que Dilma teve mais votos no Rio? Por que ainda damos tanta trela para os artistas do “Projaquistão”, como diz meu amigo Alexandre Borges? Por que a esquerda é tão forte no estado?

O Brasil cansa, e o Rio cansa em dobro! O carioca precisa acordar. A elite precisa se dar conta de que não adianta ganhar dinheiro e depois viver nesse inferno, com carros blindados e sem poder frequentar a praia em paz. De que serve tanta beleza natural dominada por marginais e favelas? Do que adianta o estilo de vida “descolado” se a tensão pelo medo de ser morto é constante?

Mas enquanto gente como o Greg for “a cara do Rio”, enquanto políticos como Marcelo Freixo despertarem suspiros nos idiotas úteis iludidos, não teremos a menor chance de mudar. Lamentável e trágico destino para o estado “abençoado por Deus”…

Rodrigo Constantino

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