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O salvo-conduto da vergonha: STF posterga decisão e veta prisão de Lula até lá
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A prudência recomenda não escrever – ou ao menos não publicar nada com o fígado, pois o tom pode ultrapassar os decibéis aceitáveis para quem tem responsabilidade como formador de opinião. Agitar as massas, incitar o ódio, mobilizar a militância são papeis que deixo aos outros, pois não combinam com minha personalidade.

Por isso mesmo, diante da decisão vergonhosa do STF nesta quinta, ao adiar a decisão sobre o habeas corpus de Lula e, enquanto isso, conceder limitar (salvo-conduto) que o protege da prisão até lá, com retorno de julgamento marcado para o dia 4 de abril, tentarei segurar a onda, sem, contudo, deixar de expressar minha revolta. Que, estou certo, é também a de milhões de brasileiros.

A primeira constatação possível é aquela que já virou meu bordão: o Brasil cansa! E como cansa! Nunca antes na história deste país se viu tanto verniz legal e retórica empolada para defender bandido e impunidade! Foi um show de horrores, um teatro medonho, um espetáculo assustador.

Ver o ministro Ricardo Lewandovski, por exemplo, explicando que quer ser “generoso” com marginais foi de lascar! Quantos votos extras o STF conseguiu hoje para Bolsonaro? Vendo o STF ao vivo dando uma de advogado de bandido rico e poderoso (no caso, Lula), perguntei-me aquilo que está engasgado na garganta de milhões de brasileiros: é mais absurdo pregar a “intervenção militar” ou alegar, como fazem alguns, que “as instituições republicanas brasileiras estão funcionando bem”?

Que piada! Um advogado de bandido disfarçado de ministro do STF chegou a dizer que a imensa quantidade de habeas corpus concedida pelo tribunal pode ser sinal de que os juízes das instâncias inferiores erram muito, no que Luiz Fux, num lapso de bom senso, retrucou algo assim: “isso não seria muita arrogância? Todos erram o tempo todo e só o STF está certo sempre?” Talvez seja o caso de concluir o contrário: só o STF está ERRADO! É a instância preferida dos bandidos de colarinho branco, afinal, dos que têm “foro privilegiado”. Por que será?

Só o fato de Dias Toffoli estar ali é um escárnio com o brasileiro. Toffoli deveria calar a boca. Sequer poderia estar julgando qualquer coisa ligada ao seu ex-cliente Lula. É uma vergonha! Lewandowski, amigo da família do ex-presidente, é outro que não tinha a menor condição moral de julgar, e deveria ter se ausentado por conflito de interesses. Mas seria cobrar uma atitude republicana demais de figuras tão pequenas, seres liliputianos num papel de gigantes, ícones de uma legítima República das Bananas!

O “paciente” Lula está impaciente e não pode aguardar o fim do julgamento do mérito. Portanto, concede-se limitar para o “paciente” que não pode esperar. Melhor avisar isso a todos os que estão presos aguardando conclusão de julgamento no país. Lula está, sim, ACIMA DAS LEIS, e isso ficou claro hoje. Na “República” brasileira, uns são mais iguais do que os outros. A elite vermelha pode mais, minha gente!

Sergio Moro deve estar arrependido de não ter usado sua prerrogativa legal para prender o bandido “Nine Fingers” antes, uma vez que Lula claramente ameaçou a ordem com promessas de reação, insinuando até uma guerra civil por meio de seus aliados de quadrilha, destruindo provas, além do risco de fuga, como chegou a aventar abertamente ao falar, em tom de “brincadeira”, do Uruguai. Moro deixou na mão do STF, deu nisso. Ele tinha o direito legal de trancafiar o bandido:

Marcelo Odebrecht, um dos homens mais ricos do Brasil, ficou preso por mais de dois anos. Eduardo Cunha, o “Coisa Ruim” do poderoso PMDB, está preso ainda. Sergio Cabral, também do PMDB, continua preso. E como eles, muitos outros. Mas Lula, o “homem do povo”, o “ex-operário”, parece intocável, consegue liminar exclusiva, um “salvo-conduto”, e segue livre apesar de já ter sido condenado em segunda instância. Mas os cafajestes do PT afirmam que Lula é um “perseguido político” do “sistema”, das “elites”.

Muitos falam que o Brasil está muito dividido. O país está divido mesmo, “polarizado”. Uma minoria está feliz hoje. São os defensores de bandidos de esquerda. A imensa maioria está revoltada, triste, preocupada, indignada, cansada, esgotada. Quem está saltitante hoje demonstra não ter caráter, não ligar para o combate à impunidade, dá atestado de imoralidade, pois tem “bandido preferido”.

Cristiano Carvalho, advogado liberal, desabafou: “O STF envergonha o Brasil! Uma decisão covarde, de interesse, nada republicana. Nosso futuro é confirmado como uma república de bananas. Lamentável! O mal venceu”. Em seguida, ele pediu para quem se considera satisfeito com esse resultado sair de sua rede, pois não dá mais para “perder tempo” com gente desse tipo. Eis aí o “clima de polarização”: há muita gente que não gosta de bandido – ou defensor de bandido!

Mas não podemos deixar essa corja vermelha vencer. Hoje é aquele dia em que todos os pais decentes do Brasil precisam ensinar a seus filhos que é preciso fazer a coisa certa, APESAR do governo, APESAR das leis, APESAR do STF. Não existe LEI no país, ao menos não para os poderosos da elite vermelha, para os socialistas. Só mesmo uma lei superior, divina, um dever moral que vem de cima, um imperativo categórico, pode salvar essas almas jovens. APESAR do PT…

No dia de hoje, só consigo buscar inspiração em Winston Churchill mesmo. Segue, para concluir esse desabafo, um trecho de seu discurso de 1940, extraído do livro de Ricardo Sondermann recém-lançado sobre “a ciência por trás dos discursos” do maior estadista da história:

Não vamos desistir do Brasil, apesar de vocês. Não vamos nos render, jamais!

Rodrigo Constantino

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