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O seletivo apoio de Dilma à democracia
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Dilma e Fidel

Foi Reinaldo Azevedo quem definiu melhor a fala da presidente Dilma sobre a Venezuela: indecorosa. Ao afirmar, em Bruxelas, que a Venezuela não é a Ucrânia, e tentar defender as “conquistas sociais” do chavismo, a presidente Dilma perdeu uma ótima oportunidade de ficar calada.

Mas não há novidade em sua fala. Na verdade, era esperado que a presidente, como seu PT, saísse em defesa da ditadura “velada” de Maduro, seu camarada de ideologia. A mentira, como já disse antes, é um método aceito como legítimo pelos petistas. E eis a primeira grande mentira da presidente:

Eles [a Venezuela] têm uma história. Não cabe ao Brasil discutir o que a Venezuela tem a fazer, até porque seria contra a nossa política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna de nenhum país. Não nos cabe isso.

É mesmo? Então por que o governo do PT se meteu até o pescoço nos assuntos internos de Honduras, quando outro camarada, o companheiro Manuel Zelaya, foi deposto? Por que o governo do PT se intrometeu uma vez mais quando outro camarada, o companheiro Fernando Lugo, presidente do Paraguai, foi deposto? Quem a presidente Dilma quer enganar com essa mentira escancarada? Os idosos que sofrem do Mal de Alzheimer?

Após a mentira básica, a presidente Dilma tinha que sair em defesa do chavismo, modelo que, afinal de contas, o PT sempre defendeu:

Para o Brasil, é muito importante que se olhe sempre a Venezuela do ponto de vista dos efetivos ganhos que eles tiveram nesse processo em termos de educação e saúde para o seu povo.

Efetivos ganhos? Quais, presidente? Aqueles que levaram o país à hiperinflação e à escassez completa nos supermercados? Aqueles que fizeram os índices de violência dispararem no país? Aqueles que levam, agora, milhões às ruas para protestar, desesperados com a situação econômica e social, além da perda das liberdades básicas? Esses ganhos?

No mais, logo se vê como a democrata Dilma pode ser flexível em sua defesa à democracia. Quando é para elogiar conquistas inventadas, a democracia logo cai para segundo plano. Pode-se tolerar um autoritarismo típico se for para entregar supostos (e falsos) ganhos sociais ao povo. Nenhuma surpresa aqui também.

Afinal, ninguém pode esquecer do grande apreço que o PT todo tem pelo sanguinário ditador Fidel Castro, que recebeu uma carinhosa visita da própria presidente Dilma recentemente. Democratas? Só de fachada.

Os petistas adoram posar como combatentes do regime militar, como se isso fosse sinônimo de que sempre defenderam a democracia. Como fica claro, nunca defenderam a democracia de fato, e ainda não o fazem. A Venezuela de Maduro é apenas mais um exemplo entre tantos.

Quem defende a democracia – que não deve ser confundida com votar de anos em anos e ponto – não pode defender o PT, aliado dos bolivarianos.

Rodrigo Constantino

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