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Odebrecht fecha acordo de quase R$ 7 bi e prisão de 2,5 anos: nunca antes na História deste país…
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O empresário Emílio Odebrecht e seu filho, Marcelo Odebrecht, assinaram acordo de delação premiada e o acordo de leniência da empresa. Emílio assinou o acordo na Procuradoria Geral da República em Brasília. Marcelo, em Curitiba, onde está preso desde junho de 2015. Maior empreiteira do país, a empresa se comprometeu a pagar US$ 2,5 bilhões – R$ 6,8 bilhões na cotação do dólar de hoje – a título de indenização por ter se envolvido em atos de corrupção. No fim da tarde desta quinta-feira, o grupo divulgou nota na qual admite o erro, pede desculpas e diz que está comprometido a “virar a página”.

Marcelo Odebrecht, terceira geração da família a conduzir o grupo Odebrecht, fundado por seu avô, Norberto Odebrecht, deverá permanecer preso até o fim de 2017, totalizando dois anos e meio de prisão. A partir de então, cumprirá prisão domiciliar, regime semiaberto e aberto. No total, serão 10 anos de pena acordada.

Ao todo, 77 executivos da Odebrecht começaram a assinar seus acordos de delação, os mais esperados e mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato. Há uma estimativa de que cerca de 200 políticos de todos os grandes partidos do país, do governo Michel Temer e da oposição serão denunciados pelos delatores.

Um dos alvos principais da Lava-Jato, por sua proximidade com o governo durante a gestão do PT, a empresa informou que a partir de agora vai combater e não vai tolerar qualquer forma de corrupção, incluindo extorsão e suborno.

Agora sim, podemos usar o bordão do ex-presidente: nunca antes na História deste país! Nunca vimos um “empresário” tão grande, tão poderoso, submeter-se ao peso das leis, como qualquer outro cidadão. Nunca vimos um bilionário, que tinha tanta influência dentro da política, permanecer preso em regime fechado por quase 3 anos.

Odebrecht não foi apenas um instrumento para o projeto de poder petista; foi partícipe do esquema todo. Teve uma contribuição ativa, operou nas sombras ao lado dos poderosos, desviando bilhões do trabalhador brasileiro para seus bolsos. Foi um corruptor megalomaníaco, líder de uma máfia empresarial que tomou de assalto o estado brasileiro.

Mas, claro, não faria isso jamais sem a conivência do outro lado, sem a participação igualmente ativa dos poderosos, que detinham o controle das estatais, das tomadas de decisão. É uma novidade ver um corruptor tão graúdo assim preso e devolvendo parte do que roubou, sem dúvida. Só que falta o maior corrupto de todos!

Falta aquele que não só foi o maior beneficiado do esquema todo, como do qual dependia o aval da quadrilha. Falta o chefe do lado dos que comandavam o estado. É verdade que temos políticos graúdos presos também, até hoje, como José Dirceu. Mas para o Brasil passar a limpo essa fase sombria de “capitalismo de estado”, de socialismo tupiniquim, ainda falta prender ele, o mandachuva da quadrilha, o chefe de Dirceu.

Aí sim, poderemos dizer que vivemos num novo país…

Rodrigo Constantino

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