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A "eleitora" chega para "votar", sob o olhar do Big Brother Castro, para lembrar das consequências se quiser bancar o democrata. Fonte: GLOBO
A "eleitora" chega para "votar", sob o olhar do Big Brother Castro, para lembrar das consequências se quiser bancar o democrata. Fonte: GLOBO| Foto:

Eu tinha acabado de publicar os relatos revoltantes da viagem de Roberto Rachewky a Cuba, mostrando como só alguém desalmado volta de lá sem ficar emocionalmente perturbado com a desgraça socialista, quando li a reportagem do GLOBO sobre as “eleições” no país para a “escolha” dos “conselheiros” que vão indicar o novo “presidente”. Parecia estar lendo a notícia sobre um país democrata qualquer!

A julgar pelo que consta na matéria, as eleições são a coisa mais normal do mundo na ilha-presídio caribenha, e não chega a surpreender tanto o fato de que a “oposição” não apresentou candidatos. São nomeações “conturbadas”, mas o presidente Raúl Castro merece destaque para explicar que o voto é pela revolução socialista, contra os que querem impor as coisas (claro, não são eles que querem impor nada ao povo cubano!).

Em Cuba, aprendemos, o voto não é obrigatório (ou seja, o Brasil é pior do que Cuba nisso). Claro: a única coisa obrigatória em Cuba é concordar com tudo que o ditador manda, mas nem é preciso ir votar. Se não for, será visto com desconfiança como um contrarrevolucionário, óbvio, mas todos são “livres” para assumir os riscos e, no limite, ir para a cadeia por discordar dos Castro (houve progresso desde os tempos de paredão).

O jornal até mostrou alguns grupos dissidentes, mas achou melhor dar a palavra final ao governo mesmo, para ter a versão “oficial” de que se trata de “mercenários”. Seria como o jornal fazer uma reportagem sobre o impacto do laquê de Trump no meio-ambiente e deixar a palavra final com o presidente: “Trump alegou que isso tudo é Fake News”. Alguém pode imaginar algo do tipo?

Qualquer pessoa que tem mais de dois neurônios e é mais honesta do que Maluf ou Lula sabe que não há eleição em Cuba, tampouco presidente, muito menos escolhas voluntárias ou voto secreto. O que temos, isso sim, é um jogo de cartas marcadas, dominado pelo regime opressor que controla a mão de ferro uma ditadura assassina há meio século no país.

Tentar passar a ideia ao leitor desavisado – cada vez em menor número graças às redes sociais – de que há qualquer coisa semelhante a uma eleição verdadeira em Cuba é chamar o leitor de otário. Repito: todos sabem que Cuba é uma tirania cruel que trata o povo como escravo. Falta essa informação chegar às redações dos grandes jornais brasileiros apenas…

Rodrigo Constantino

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