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Pelo fim do "Sistema S" e do "imposto sindical". Ou: Até quando vamos manter a herança maldita de Getúlio?
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Nossa esquerda em geral e o PT em particular conseguiram monopolizar as boas intenções para com os trabalhadores deste país. Nenhum candidato tem coragem de propor mudanças radicais nas obsoletas leis trabalhistas, no pouco transparente “Sistema S” e no nefasto “imposto sindical”, pois teme ser visto como contrário aos interesses dos trabalhadores. Balela!

Chega a ser engraçado, mas nossa esquerda, no fundo, adora Getúlio Vargas e seu “legado”, inspirado em Mussolini. Ou seja, a esquerda que adora acusar todo liberal de “fascista” aprecia a herança sindical da era mais fascista que o Brasil já teve. Não é cômico? Quem são os fascistas de verdade?

Digo isso, claro, por conta do novo escândalo no Sesi divulgado pela revista Época, e bem resumido pelo editorial do GLOBO de hoje, que diz:

Os metalúrgicos daquele tempo também criticavam o fato de um enorme volume de recursos subtraídos dos salários transitar por Senai, Sesc, Sesi, entre outras siglas, sem transparência. O chamado Sistema S reúne características que facilitam o desperdício de recursos. Haja vista denúncias de gastos em sedes suntuosas pelo Brasil afora, entre outros desmandos.

Porém, ao chegar ao poder, Lula, seu partido PT e a CUT mudaram de opinião, e todo aquele aparato getulista foi colocado a serviço do projeto de poder petista. No fim do primeiro mandato, Lula oficializou a CUT e demais centrais. Com isso, elas passaram a ter direito a uma parte do butim do imposto sindical — tão criticado no tempo heroico da luta contra a ditadura. E, no primeiro ano do segundo mandato, Lula conseguiu aprovar no Congresso projeto que garantiu espaço para os sindicatos na gestão das entidades do Sistema S. Os bilhões que transitam por Senai e Sesc passaram a ficar ao alcance de decisões dos antigos metalúrgicos aguerridos.

Tornou-se inevitável o “aburguesamento” de líderes, caso do ex-radical Jair Meneguelli, já há onze anos presidente do conselho do Sesi, por nomeação do ainda presidente Lula, antes mesmo desse sistema de cogestão.

A nora de Lula “trabalharia” no escritório do Sesi em São Bernardo do Campo, ganhando R$ 13 mil mensais. Mas não frequenta o local! O mesmo vale para a mulher de João Paulo Cunha, o do mensalão, só que em Brasília. Milhares de reais transferidos do trabalhador para os apaniguados dos políticos poderosos. É isso que os sindicalistas chamam de lutar pelos interesses do povo trabalhador?

Uma piada! Os sindicatos se tornaram antros de “pelegos”, que mamam nas tetas do estado. Por trás desse modelo podre está a obrigatoriedade da transferências de recursos. Para os sindicatos efetivamente trabalharem em prol dos trabalhadores, só há uma solução: tornar a adesão totalmente voluntária, assim como o seu financiamento.

Getúlio não gostava da ideia. Mussolini não gostava da ideia. Lula não gosta da ideia. E quem sai prejudicado é o próprio trabalhador, que ainda tem de aturar o discurso demagógico de que o PT e os sindicalistas labutam diariamente em seu benefício…

Rodrigo Constantino

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