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Petrobras atinge menor valor relativo aos pares desde o começo da era petista
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As ações da Petrobras continuam derretendo em bolsa, e valem pouco mais de R$ 10 agora, o que representa um valor de mercado de aproximadamente R$ 135 bilhões. Enquanto isso, a dívida da empresa segue como o único item que realmente cresce na estatal, e já chega a quase R$ 250 bilhões. O PT está literalmente destruindo a maior empresa do país.

Alguns podem argumentar que se trata de fenômeno exógeno, que tem ligação com a queda do preço do petróleo. Não é verdade. A destruição da Petrobras começou muito antes, e a estatal já vinha perdendo bilhões de valor mesmo com o preço da commodity estável. A recente queda acentuada do barril do petróleo veio adicionar lenha na fogueira, mas esta já vinha queimando há anos, por incompetência da gestão, interferência política e escândalos de corrupção.

A melhor forma de verificar isso é comparar a ação da Petrobras com a de seus pares, para tentar isolar o fator petróleo. O XLE é justamente o índice que reúne as empresas americanas de petróleo, uma cesta que conta com a presença de gigantes como Exxon Mobil, Chevron e ConocoPhillips. Se a Petrobras perde valor em relação ao XLE, então é porque algo a mais explica seu mau desempenho além do petróleo. Eis o resultado desde o começo da era PT:

Petrobras (PBR) x XLE. Fonte: Bloomberg Petrobras (PBR) x XLE. Fonte: Bloomberg

Como podemos observar, o gráfico mais parece a Torre Eiffel, especialmente entre 2007 e 2012. Esse gráfico ilustra bem o que foi a “bolha Brasil”, que culminou exatamente com o começo da gestão do ex-presidente Lula. O ciclo de alta das commodities, puxado pelo crescimento chinês e os estímulos monetários do Federal Reserve, coincidiu com o mandato de Lula com incrível sincronia.

Houve um rápido momento de “crash” em 2008, mas a reação dos bancos centrais dos países desenvolvidos, com novas rodadas agressivas de estímulo, e também do governo chinês, fez com que a bolha dos emergentes tivesse sobrevida. O ano de 2010 marcou o ápice desse oba-oba, como podemos ver no gráfico.

Dali em diante foi ladeira abaixo. A Petrobras só fez perder valor em relação ao XLE. Do pico ao valor atual, que é também o mínimo, a estatal brasileira perdeu incríveis 88% em termos relativos! Foi dizimada, pulverizada, completamente destruída. O gráfico somente a partir de 2010 deixa essa trajetória mais clara:

Petrobras (PBR) x XLE. Fonte: Bloomberg Petrobras (PBR) x XLE. Fonte: Bloomberg

Qual será o fundo do poço? Será que ainda é possível reverter o quadro? Alguns especialistas recomendam que os investidores não vendam suas ações na baixa, mas quem seguiu esse conselho até então só perdeu. Afinal, a baixa só vem aumentando.

Com o enorme programa de investimentos da Petrobras, o patamar já assustador de dívida, e os riscos crescentes com os escândalos de corrupção e as investigações, inclusive nos Estados Unidos, nada indica que esse curso será interrompido logo, tampouco revertido.

Graça Foster, que espantosamente ainda não caiu do comando da empresa (só no Brasil do PT mesmo), disse em setembro, durante uma audiência pública nas comissões de Assuntos Econômicos e de Serviços de Infraestrutura do Senado, que o valor das ações da empresa “era constrangedor”. Como lembra Lauro Jardim, naquele dia, a ação ordinária da Petrobras valia R$ 22,48. Hoje, vale R$ 10,42, menos da metade.

Constrangedor em dobro, portanto? O que realmente é constrangedor é observar a destruição da maior empresa brasileira, outrora orgulho nacional, por um bando de incompetentes e ladrões. Para realmente impedir o trágico desfecho disso e resgatar o valor da empresa, só resta mesmo uma saída: sua privatização. As empresas que compõem o XLE, aliás, são todas privadas…

Rodrigo Constantino

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