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Polícia Federal foca no PMDB em nova fase da Lava-Jato. Ou: Até quando, Catilina?
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Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia? – Cícero

A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também tem ordem de busca e apreensão na casa de Cunha na Barra da Tijuca, no Rio. Ainda foram realizadas buscas nas residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), e dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), assim como em endereços do ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves e do da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, ambos do PMDB.

A sede do PMDB em Alagoas, controlado por Renan, também está entre os locais procurados pela PF. Outro peemedebista que recebeu a visita da PF foi Nelson Bornier (PMDB-RJ), prefeito de Nova Iguaçu.

Segundo o blog de Lauro Jardim, trata-se de mais uma fase da operação, desta vez chamada de Catilinária, em referência a uma série de quatro discursos de Cícero, o cônsul romano, proferidos em 63 a.C., contra Catilina, um filho de família nobre que se aliara a comparsas para derrubar o governo republicano e obter riquezas e poder.

O estado brasileiro se transformou numa gigantesca teta a ser disputada por diferentes facções, todas de olho no prêmio sedutor. Estamos falando de 40% do PIB que passam por ali, fora todo o poder, que permite o confisco de outros tantos percentuais do que é produzido pela iniciativa privada. Nosso Leviatã ficou tentador demais para aqueles sedentos por poder e riquezas, mas sem vontade de trabalhar ou se arriscar no mercado livre.

O estado é um atalho para oportunistas, um caminho para o enriquecimento de populistas e demagogos, daqueles que falam em nome dos mais pobres, contra as “desigualdades”, mas que desejam apenas concentrar poder e riquezas para si. Riquezas produzidas pelos outros, que fique claro!

A impunidade era, até aqui, o maior convite a essa “empreitada”. Os políticos sabiam que tudo era permitido, e que nada seria punido. Mas há um clima de mudança no ar. Há uma nova geração de policiais, de promotores, de juízes, que vai avançando no fortalecimento de nossas instituições republicanas contra os Catilinas da vida.

Só há uma saída de longo prazo: reduzir tanto a impunidade quanto o prêmio do poder. Ou seja, é preciso prender mesmo todos os corruptos, não importa de qual partido, e é preciso diminuir bastante o escopo do nosso estado, a quantidade de recursos que transita por ele, seu poder econômico. Não há alternativa!

A esquerda, quando adota discurso relativista que alivia a barra de certos corruptos, pois seriam supostamente “corruptos do bem” que “representam” o povo, e quando clama por mais estado intervindo em nossas vidas e na economia, joga contra o Brasil e alimenta esse caos atual. A “coisa pública” se transformou em “cosa nostra”, e uma patota mafiosa se incrustou na máquina estatal para sugar tudo que produzimos. Até quando, Catilina? Até quando?

Rodrigo Constantino

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