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Por que Obama está sendo tão ridículo?
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Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal

Aclamado desde a aurora de sua ascensão política por ser potencialmente o “primeiro presidente negro dos Estados Unidos”, impulsionado pelos recursos abastados do bilionário George Soros e de toda a esquerda mais impertinente do Partido Democrata norte-americano, Barack Obama sempre foi superestimado. A beautiful people, sempre avessa aos “toscos” e conservadores Republicanos, idolatrou e ainda idolatra Obama como uma espécie de herói da modernidade, que poderia “transformar fundamentalmente a América” – um dos mais nobres experimentos da História, que, no entanto, precisaria ser “fundamentalmente” transformado (isto é, deformado) – e um ícone de civilidade e tolerância. Um Nobel da Paz.

A realidade é bem outra. A fama ingênua de “pacifista” passa longe de se justificar, com sua boa dose de drones e ações militares internacionais de eficácia questionável e com fontes – como os documentos do Wikileaks – apontando ligação do governo e dos Democratas com a venda de armamentos a rebeldes islâmicos (inclusive, constando a denúncia de financiamento de países árabes à Fundação Clinton, da candidata que tentaram eleger para levar adiante seu legado). Obama é um líder ocidental que não compreende o significado dessa palavra, receando dar nome aos bois ao não designar claramente o “terrorismo islâmico” e apostando em insanidades como o controle de armas para a área de segurança. Os Estados Unidos assinaram um acordo com o Irã acerca da problemática nuclear em movimento que deixa o mundo mais inseguro e a ausência no recente acordo de cessar-fogo na Síria mostra que a política desastrada de Obama fez com que perdessem em relevância e os russos se ensaiassem para o mundo – levando as relações entre os dois poderosos países, nos últimos meses, a um clima de tensão elevadíssimo. Do ponto de vista econômico, o Obamacare é a estampa mais evidente de uma conduta calcada no aumento de regulações e na expansão de gastos e estímulos bilionários, aumentando a dívida do governo. Acrescentemos ainda o caso de Benghazi e as afirmações despeitadas que fez sobre a candidatura do agora vitorioso Donald Trump – fazendo piada, por exemplo, em que dizia que ele nunca seria eleito, no que quebrou a cara, como a essa altura todos sabemos.

Não nos interessa aqui, porém, aumentar essa lista, nem fazer uma crítica detalhada dos oito anos da Era Obama. O que nos importa, e na verdade nos basta, são os ÚLTIMOS DIAS. Não é preciso muito mais coisa para se chocar com o fato de que uma figura capaz de ser tão ridícula conseguiu ser alvo da admiração mais irracional e ser eleita duas vezes pela nação mais poderosa do mundo. Senão vejamos…

Diante das alegações de que hackers russos teriam realizado incursões que beneficiaram Trump nas eleições presidenciais – como a obtenção dos documentos revelados que complicam Hillary, sugerindo coisas como as relações suspeitas da Fundação Clinton com financiadores árabes e o acesso antecipado às perguntas dos debates -, Obama, às portas de passar o cargo no próximo dia 20, resolveu endurecer e adotou medidas extremas de sanção. Expulsou 35 diplomatas russos do país e vetou o acesso dos russos a dois complexos estatais nos EUA. E avisou que as retaliações não pararão por aí!

A acusação extrema exige demonstrações sólidas e públicas, mais do que um espetáculo circense que, em outras circunstâncias, poderia ser recebido como uma declaração de guerra. É o que Obama não faz; inclusive, se a eleição foi manchada, ele deveria se mover abertamente para IMPUGNÁ-LA e impedir Donald Trump de assumir, e não se restringir a fazer cena perante o mundo. Por que não faz isso? Será por que os argumentos são frágeis? Sendo verdade ou não que houve essa interferência, e quanto ao mérito da questão? É mais ou menos falso por causa disso? O material que foi revelado é mais ou menos falso, em razão da maneira por que foi obtido? Onde estão as desculpas por aquilo? Onde estão os e-mails oficiais trocados de conta privada desaparecidos de Hillary Clinton?

Putin respondeu. Com todas as reservas e receios profundos que temos de seu autoritarismo e do que a Rússia representa, o czar moderno deu um banho no advogado pusilânime. Deu de ombros e ainda convidou os filhos dos diplomatas expulsos para uma festa de réveillon no Kremlin. O mandatário sabe que, no dia 20, a tendência óbvia é Trump desfazer tudo isso. De que terá servido, afinal? O que Obama quer com esse show, logo depois que seu partido já havia feito uma recontagem imbecil dos votos que redundou na confirmação do resultado? Dar proporções bíblicas à sua choradeira por sua candidata ter perdido, o que os Democratas em geral parecem incapazes de aceitar? Bater o pé e deixar o clima mais tempestuoso para Trump, só de birra? Por que fazer uma movimentação que só expõe os EUA ao ridículo?

Obama chegou ao seu posto impulsionado por uma onda que o envolveu em carisma e heroísmo ilusórios. Quer se despedir muito menor do que quando entrou.

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