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Problema da educação brasileira é doutrinação e gestão, não falta de verba
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O assunto não é novo, mas nunca é demais repetir, pois sempre há os incautos que repetem a ladainha de que a “Pátria Educadora” precisa apenas de mais verbas públicas para resolver os problemas de nossa má educação, especialmente a pública. Até o ministro Aloizio Mercadante andou dizendo que “Se formássemos nossos médicos como formamos nossos professores, os pacientes morreriam”.

O problema não é falta de recursos, e sim falta de gestão e excesso de doutrinação ideológica, no país que tem Paulo Freire como “patrono da educação”. Uma das saídas é justamente retirar o estado da gestão, mas o ministro Mercadante é contra, não apoia, por exemplo, a política de “charter schools”, em que escolas privadas recebem do estado para prestar o serviço da educação gratuita.

O editorial do GLOBO de hoje bateu na tecla da necessidade de mudança da gestão, rechaçando a ideia de que é preciso jogar ainda mais recursos escassos no modelo atual, que só deforma os alunos. Diz o jornal:

O gasto público em educação básica no Brasil tem se situado, nesta década, na média de 5,6% do PIB (a meta é 10%). Parece pouco, mas é um índice superior à média da OCDE (4,7%), e o quinto maior entre os países e parceiros da organização com dados disponíveis. E, reconhecidamente, fatias cada vez maiores do orçamento total são destinadas ao setor. Ou seja, a irrigação não é insuficiente; o que visivelmente falta é melhorar a colheita. Cai-se no terreno da gestão. O país aplica mal as verbas destinadas à Educação, é evidente.

[…]

O que falta à Educação brasileira não é, propriamente, mais verba, e sim mudar os paradigmas do setor. Ou seja, investir mais em programas de aperfeiçoamento de gestão e consolidar protocolos de prioridades (no básico, como tem sido, e em especial no ensino médio). Há buracos na política educacional, e a solução não é jogar mais dinheiro nesse bueiro. Antes, há que acabar com ele.

Sim, mas faltou mencionar o fator doutrinação ideológica, o câncer da nossa educação. Militantes disfarçados de professores que fazem proselitismo político e ideológico o tempo todo em vez de ensinar seus alunos a pensar por conta própria, a fazer contas e ler direito, esses são os inimigos da boa educação. E acabam protegidos pelos sindicatos corporativistas e politizados, que atacam a meritocracia e a imparcialidade do professor.

Enquanto nossas escolas estiverem dominadas por gente assim, não corremos o menor risco de dar certo e de despontar nos rankings internacionais de educação. Sou contra colocar um só centavo a mais dos pagadores de impostos nesse sistema fracassado.

Rodrigo Constantino

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